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Revista-Onibus-117
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Story Transcript

ônibus

EDIÇÃO 117 ANO XXII JUNHO 2022

www.r evi st a o ni bus .c o m .br

RODOVIÁRIOS Eles fazem circular o ônibus nosso de cada dia

6

9

18

ENTREVISTA

TERMÔMETRO

EU RODOVIÁRIO

FRANCISCO CHRISTOVAM, PRESIDENTE DA NTU

DOIS ANOS DE CRISE

PORTAL DO RODOVIÁRIO

ENCARTE

O 500 MA

O 500 M

O 500 R

O 500 MDA

O 500 RSD

O 500 RS

O 500 RSDD

RECALL

COMUNICADO AOS PROPRIETÁRIOS DE CHASSIS DE ÔNIBUS DA MARCA MERCEDES-BENZ FAMÍLIA O 500. A Mercedes-Benz do Brasil Ltda. convoca os proprietários dos veículos abaixo identificados para atender à seguinte campanha:

MODELOS ENVOLVIDOS O 500 (M, MA, MDA, R, RS, RSD, RSDD)

CHASSIS ENVOLVIDOS (não sequenciais) 9BM 634011 MB 190867 a 9BM 382185 PB 271158

PERÍODO DE FABRICAÇÃO 1º de outubro de 2020 a 5 de abril de 2022

Componente envolvido: suporte de apoio da caixa de direção hidráulica. Razões técnicas: em alguns veículos, devido a características de montagem da caixa de direção hidráulica, pode ocorrer a perda gradual de torque dos parafusos que fixam a caixa de direção ao seu suporte de apoio. Risco e implicações: em caso de perda gradual de torque dos parafusos, haverá ruídos na condução do veículo e, em situações extremas, pode ocorrer impacto na dirigibilidade. Essas circunstâncias aumentam o risco de acidentes, podendo causar danos físicos aos ocupantes do veículo e a terceiros. Solução: verificação e, se necessário, substituição gratuita do suporte de apoio da caixa de direção e dos parafusos de fixação. Início de atendimento: 23 de maio de 2022. Agendamento e local de atendimento do serviço: o serviço deverá ser agendado diretamente com o Concessionário de veículos comerciais ou o Posto de Serviço Autorizado Mercedes-Benz de sua preferência, onde será realizado gratuitamente o serviço, com duração aproximada de 2 (duas) horas para verificação, totalizando 4 (quatro) horas em caso de necessidade de substituição do suporte. Para consultar o endereço dos Concessionários e obter mais informações, acesse o site www.mercedes-benz.com.br/ onibus ou entre em contato com a nossa Central de Relacionamento com o Cliente pelo telefone 0800 970 9090. Com esta iniciativa, a Mercedes-Benz do Brasil visa assegurar a máxima satisfação de seus clientes, garantindo a qualidade, a segurança e a confiabilidade dos veículos da marca.

Juntos salvamos vidas.

3 EDITORIAL

NOVOS DESAFIOS À VISTA

C

omo todos sabemos, o transporte público é dever do Estado, que, através de contratos, repassa à iniciativa privada sua operação, com a devida definição de direitos e deveres de ambos os lados. Aqui no Brasil, mudanças como a criação do Vale-Transporte, em 1985, e a implantação de bilhetagem eletrônica em diferentes estados, foram introduzidas por leis e facilitaram a rotina dos passageiros, evoluindo, com o tempo, para tecnologias mais eficientes e modernas. No estado do Rio de Janeiro, a Fetranspor participou ativamente do processo de implantação do vale-transporte, produzindo os tíquetes em papel, com uso de dispositivos de segurança antifraudes, permitindo, desde o início, sua utilização em todos os modais. Ações ilegais, no entanto, começaram a ser praticadas na comercialização e repasse de bilhetes por aqueles que os recebiam, por direito, levando a Federação a constantes iniciativas contra o uso fraudulento do benefício, fazendo, inclusive, parcerias com órgãos de segurança. Uma vez implantada no Estado a bilhetagem eletrônica, foram feitos novos investimentos para possibilitar a utilização de cartões de embarque, incluindo os do benefício trabalhista do vale-transporte, encerrando, assim, o ciclo dos tíquetes em papel. Seguiram-se iniciativas governamentais como os bilhetes únicos, interestadual e de alguns municípios fluminenses, e a recém-criada RioCard conseguiu implantá-los e manter funcionando, de forma competente, um sis-

Novo desafio impõe-se neste momento, em que a Prefeitura do Rio, por meio de acordo com as empresas do Município, decide assumir a administração da bilhetagem, através de nova empresa, a ser contratada após processo licitatório" tema hoje considerado referência. Os cartões do Rio, por permitirem a interoperabilidade e a habilitação de benefícios, atualizarem constantemente as tecnologias utilizadas e conseguirem evitar, de forma muito significativa, a incidência de fraudes, foram usados como exemplo em várias cidades do mundo, sendo o sistema reconhecido internacionalmente. Desafios como a implantação de biometria facial foram enfrentados, com bons resultados, e as inovações continuaram, com a mudança de RioCard para Riocard Mais, que trouxe inúmeras melhorias para o sistema, o lançamento de produtos como as pulseiras e o Cartão Digital, e a recente criação do Clube Riocard Mais, que oferece premiações a seus usuários, por acúmulo de pontos, em parceria com a empresa Ecobonuz. A Fetranspor, como órgão representativo dos sindicatos e empresas de ônibus do Estado e a Riocard Mais, como criadora de soluções tecnológicas de cartões, têm orgulho dessa contribuição para o

bom funcionamento de todo o sistema de transporte público do Estado e para o conforto de seus usuários. Novo desafio impõe-se neste momento, em que a Prefeitura do Rio, por meio de acordo com as empresas do Município, decide assumir a administração da bilhetagem, através de nova empresa, a ser contratada após processo licitatório. A medida traz a necessidade de muitos ajustes, pois até hoje, com um mesmo cartão, o cidadão carioca ou de qualquer município fluminense pode embarcar num ônibus em sua cidade e em outro – ou numa barca, no metrô, van legalizada, VLT ou trem da SuperVia – na capital, assim como o habitante da cidade do Rio pode embarcar num veículo de transporte público de passageiros intermunicipal e utilizar seu cartão no local de destino. É uma transição bastante delicada, sendo necessários cuidados para que não sejam prejudicados os usuários do transporte público. Os operadores do transporte por ônibus de todo o Estado, como sempre, estão dispostos a encarar o desafio e a se esforçarem na adequação às novas mudanças, preparando seus rodoviários e passageiros para as soluções que devem ser implantadas dentro de 18 meses, para que a interoperabilidade e demais benefícios e facilidades hoje oferecidos aos passageiros do transporte público neste Estado sejam conservados. No que depender deste setor, apesar de todas as dificuldades e obstáculos enfrentados, as viagens serão sempre facilitadas para todos aqueles que dependem do transporte público.

4

SUMÁRIO

12

6

9

CAPA

ENTREVISTA

TERMÔMETRO

RODOVIÁRIOS: ELES FAZEM CIRCULAR O ÔNIBUS NOSSO DE CADA DIA

FRANCISCO CHRISTOVAM, PRESIDENTE-EXECUTIVO DA NTU

DOIS ANOS DE CRISE

92.581 redução dos postos de trabalho nas empresas operadoras Fonte: Painel de Informações do Novo CAGED.

22,7%

de toda a mão de obra existente no setor em dezembro de 2019

5

ônibus

EDIÇÃO 1 1 7 | ANO XXII | JUNHO 2022

www.revistaonibus.com.br Uma publicação da

Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro www.fetranspor.com.br Presidente Executivo: Armando Guerra Júnior Conselho de Gestão (Titulares) Presidente: Marco Antônio Feres de Freitas Vice-Presidente: Jorge Manuel Pereira Dias

E MAIS...

3

18

EDITORIAL

20 EVENTOS 23 RIOCARD MAIS INFORMA EU RODOVIÁRIO

PORTAL DO RODOVIÁRIO: FERRAMENTA DE VALORIZAÇÃO E RECONHECIMENTO DA CATEGORIA

28 NO RADAR 30 VEÍCULO VERSÁTIL 32 VIRALIZOU 34 ESTAÇÃO DIGITAL 36

COLUNA ÔNIBUS

39

PONTO A PONTO

43 TERMINAL

Humberto Fernandes Valente Jorge Murilo dos Santos Corrêa José Carlos Machado Nelson da Silva Gonçalves Rodrigo Tortoriello (Suplentes) Avelino Antunes Eurico Divon Galhardi Isidro Ricardo da Rocha João Henrique de Paula Manoel Luis Alves Lavouras Marco Henrique Alves Coutinho Valmir Fernandes do Amaral Revista Ônibus Gerente de Comunicação Institucional: Verônica Abdalla Editora chefe: Tânia Mara Gouveia Leite Redação: Tânia Mara / Roselene Alves, Arquimedes Celestino / Alex Amaral Arte da capa: Arquimedes Martins Celestino - foto Depositphotos Fotografia: Arthur Moura / Depositphotos Revisão: Tânia Mara / Roselene Alves Editoração e produção gráfica: Caminho das Ideias Arquimedes Martins Celestino / Marina Nunes Publicidade: Verônica Lima (21) 98787-5730 [email protected]

6 ENTREVISTA

FRANCISCO CHRISTOVAM, PRESIDENTE-EXECUTIVO DA NTU

"SOLUÇÃO PARA MOBILIDADE URBAN Por: Tânia Mara

Revista Ônibus - O sr. assumiu a presidência da NTU num momento crítico para todo o setor de transporte. Nesse panorama de crise, qual considera o maior desafio? Francisco Christovam – Temos uma luta constante e dedicada para o aprimoramento das condições da prestação do serviço de transporte coletivo urbano de passageiros no Brasil, que tem uma característica interessante e peculiar – diferentes perfis e necessidades, que demandam diferentes formas de prestação do serviço nas cidades brasileiras, sejam elas de pequeno, médio ou grande porte. Os maiores desafios, hoje, estão concentrados em questões institucionais, ligadas ao descumprimento dos contratos de concessão, e dificuldades nas relações entre o poder concedente e a iniciativa privada. E um dos nós está no financiamento do setor, seja para custeio ou para investimentos. Além disso, as empresas têm o desafio de aprimorar a comunicação com o cliente, com a sociedade e com os formadores de opinião. Entendo que esses desafios serão vencidos com a aprovação do novo marco legal para o transporte público, que tramita no Congresso. RO - Enquanto metrópoles no mundo todo incentivam o uso do transporte público, aqui no Brasil as empresas estão enfrentando dificuldades crescentes, no modal ônibus, mas também nos demais. Que consequências isso pode trazer para nossas cidades?

Os maiores desafios, hoje, estão concentrados em questões institucionais, ligadas ao descumprimento dos contratos de concessão, e dificuldades nas relações entre o poder concedente e a iniciativa privada” FC – Sem um sistema de transporte público de qualidade, com boa infraestrutura e ampla cobertura, e preços acessíveis para os passageiros, as cidades brasileiras dependerão, cada vez mais, das opções motorizadas individuais – carros e motos – e, na-

turalmente, serão pressionadas por congestionamentos crescentes, mais acidentes de trânsito e mais poluição. Haverá uma perda generalizada de eficiência e qualidade de vida. Não há solução para a mobilidade urbana que não seja pública e coletiva.

7

ANA DEVE SER PÚBLICA E COLETIVA" RO - Os problemas do transporte público brasileiro são, ao seu ver, fruto de contingências do momento? Ou seriam estruturais? FC – Claramente estruturais, porque se arrastam há décadas. A maioria das empresas, por exemplo, tem a remuneração dos seus serviços baseada, exclusivamente, na arrecadação da tarifa. Essa é uma situação que precisa ser resolvida urgentemente, sob pena de se inviabilizar a prestação do serviço, diante do enorme desequilíbrio financeiro que vem gerando para as operadoras. Sem falar no peso assumido pelo passageiro de baixa renda, que acaba bancando esse custo, inclusive de gratuidades criadas em lei. Já temos medidas previstas no novo marco legal do transporte público para solucionar essa e outras demandas do setor. Uma delas ataca justamente essa questão de financiamento e diz respeito à separação da tarifa de remuneração (tarifa técnica), da tarifa pública ou de utilização do serviço. A diferença seria coberta pelo poder público, por meio de subsídios; inclusive, os órgãos gestores podem lançar mão de uma série de fontes extratarifárias para o custeio da operação, reduzindo o impacto sobre o orçamento público. A separação dessas tarifas já está na Lei de Mobilidade Urbana (nº 12.587/2012), não é novidade, mas ela não vem sendo praticada. Um dos pilares do marco legal, o do financiamento do setor, traz novas formas de obtenção dos recursos necessários, seja para custeio ou para investimento, tanto para o mate-

As empresas do Rio de Janeiro enfrentam, provavelmente, a pior crise de sua história. As condições para a operação do transporte público municipal são inviáveis: tarifa congelada há três anos e nenhum subsídio. Tiveram que enfrentar, sem apoio, a quebra de demanda causada pela pandemia” rial rodante, como para a infraestrutura. E também determina que todos os processos licitatórios tenham uma nova base jurídica e os atuais contratos possam ser ajustados aos novos modelos. O terceiro pilar do marco regulatório, igualmente importante, lida mais com a questão da qualidade do serviço, da produtividade e da transparência dos números e práticas utilizadas pelas empresas. RO - Como vê a situação das empresas de transporte por ônibus do estado do Rio de Janeiro? FC – As empresas do Rio de Janeiro enfrentam, provavelmente, a pior crise de sua história. As condições para a operação do transporte público municipal são inviáveis: tarifa congelada há três anos e nenhum subsídio. Tiveram que enfrentar, sem apoio, a quebra de demanda causada pela pandemia. Como resultado, tivemos o fechamento de 16 empresas e 3 dos 4 consórcios estão em recuperação judicial. A intervenção no sistema BRT não trouxe melhorias visíveis. Agora, com as sucessivas altas do diesel, a situação tende a piorar ainda mais. É preciso que o poder público retome o diálogo com o setor e, juntos, possam

buscar soluções definitivas, a exemplo do que vem acontecendo em outras cidades. RO - O que poderia minorar a crise das empresas de ônibus brasileiras neste momento? FC – Neste momento, uma solução de curto prazo, por exemplo, está nas mãos dos prefeitos, no ato de reconhecerem que os clientes do serviço não têm como bancar sozinhos o valor da tarifa, e assumirem a parte que lhes cabe. Felizmente, alguns prefeitos já estão fazendo isso. Devido à pandemia, hoje, já temos 120 sistemas de transporte, que atendem 250 cidades, que estão sendo subsidiados pelos prefeitos e governadores responsáveis, seja assumindo o custeio das gratuidades, seja injetando recursos públicos, provenientes do Tesouro Municipal, para reduzir o desequilíbrio econômico-financeiro das empresas, evitar o aumento do valor das tarifas e garantir a prestação dos serviços com um mínimo de qualidade. Mas, desses sistemas, apenas oito fazem a diferenciação tarifária – entre tarifa pública e de remuneração – e efetivaram um subsídio permanente para complementar a receita tari-

8 ENTREVISTA

fária. É preciso que essas ações se tornem políticas contínuas.

PRESIDENTE-EXECUTIVO DA NTU

da suspender o aumento. Hoje, há uma insegurança jurídica muito grande para as prestadoras de serviço. Do lado das RO - E o que, num prazo operadoras, é preciso haver a mais longo, acredita que mudança de visão do procespossa resolver realmente o so e torná-lo o mais transpaproblema? FC - O ideal é que estivésserente e eficiente possível. As mos trabalhando as soluções prestadoras de serviço devem de curto, médio e longo prase aproximar mais do cliente zos, todas ao mesmo tempo. e, se possível, tentar fidelizá-lo As medidas de curto prazo gade alguma forma. Isso é uma rantem a sobrevivência das novidade para o setor; mesempresas; as de médio pramo assim, não podemos ter zo buscam atender as necesmedo de inovar e de enfrensidades permanentes do seO ideal é que estivéssemos tar novos desafios. Se consetor; e as de longo prazo ditrabalhando as soluções de curto, guirmos avançar nessas reforzem respeito às mudanças esmas estruturais, viáveis com a médio e longo prazos, todas truturais, necessárias à presaprovação do novo marco leao mesmo tempo. As medidas gal, poderemos não só recupetação de um serviço de qualide curto prazo garantem a rar a demanda perdida, como dade. Para tanto, é preciso rever as mudanças de comporsobrevivência das empresas; as até ampliar o número de pastamento e de hábitos da pode médio prazo buscam atender sageiros atendidos, que podepulação, bem como a alterarão optar por deixar o carro as necessidades permanentes do ção nos atributos das viagens em casa e usar o ônibus, que setor; e as de longo prazo dizem é mais barato, mais seguro e (confiabilidade, regularidade, respeito às mudanças estruturais, menos poluente. conforto e custo). O caminho é reestruturar e modernizar a necessárias à prestação de um Para os poderes concedenregulamentação do transporserviço de qualidade” tes, o projeto representa a poste público coletivo, adotando sibilidade de cumprir com o um novo modelo de negócios voltaRO - O que deve mudar, com a aproque determina a Constituição Fededo para melhorar os serviços presvação do Projeto de Lei 3.278/2021, ral, ou seja, que o transporte é um tados e a experiência do passageiro de autoria do senador Antonio direito social e dever do Estado. Isso e, ao mesmo tempo, corrigir os deAnastasia (PSD-MG)? O que se posignifica que cabe às prefeituras defisequilíbrios econômico-financeiros de esperar de um novo marco legal nir a quantidade e a qualidade do serdas empresas. Isso passa por ofepara o transporte coletivo? viço que deve ser prestado à popularecer a segurança jurídica indispenFC – Para as operadoras, mudará a ção. As empresas operadoras devem sável aos contratos de concessão do relação contratual entre poder concumprir as ordens de serviço e sugesetor, definir padrões de qualidade cedente e a iniciativa privada e, asrir melhorias, simples assim. para o serviço, com o poder público sim, teremos garantias de cumpriE para os passageiros, as mudanassumindo a parte que lhe cabe nesmento dos direitos e obrigações conças serão mais significativas: o novo se processo, para chegarmos a tatidos nos contratos de concessão. marco possibilitará serviços mais prórifas que todos possam pagar, sem Também evitaremos a judicialização ximos das atribuições que todos busabrir mão da capacidade de invesdos processos, porque hoje é muito cam no transporte público – confiabitimento na melhoria do serviço. Ou comum o prefeito até conceder o relidade, regularidade, conforto e seguseja, aplicar, na prática, os três piajuste da tarifa, mas ter que recuar rança, tudo isso com tarifas módicas, lares do marco legal – qualidade e quando um juiz de primeira instânque caibam no bolso do passageiro produtividade, financiamento, e recia acata eventual questionamento pagante. É uma verdadeira situação gulação e contratos. de alguma entidade de classe e manganha-ganha.

9 TERMÔMETRO

40% MENOS PASSAGEIROS PAGANTES NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Os efeitos da pandemia diminuíram significativamente

1

Passageiros pagantes - média mensal Média 2014-2019 169 milhões

a demanda por

Média pandemia 102 milhões

transporte por ônibus no Estado

N

os seis anos imediatamente anteriores à pandemia de Covid-19, de 2014 até 2019, a média mensal de passageiros pagantes em ônibus no estado do Rio de Janeiro foi de 169 milhões (Gráfico 1); nos dois últimos anos essa média baixou para 102 milhões, 40% menor. Essa drástica diminuição da demanda resultou em uma redução de 33% na frota de veículos em operação no estado (Gráfico 2), que era de 23.420 ônibus (média 20142019) e passou para 15.570 (média 2020-2021). Essa queda resultou em enormes prejuizos. O sistema intermunicipal, por exemplo, acumulou 1,26 bilhão de perdas entre março de 2020 e dezembro de 2021 (Gráfico 3).

Fonte: Fetranspor

Frota - média mensal Média 2014-2019 23.420 ônibus

2 Média pandemia 15.570 ônibus

Fonte: Fetranspor

Prejuízos mensais pós-pandemia - sistema intermunicipal RJ

3 Prejuizo acumulado

1,26

Bilhão de Reais

Fonte: Fetranspor

10 TERMÔMETRO

DOIS ANOS DE CRISE 90,0% 80,0%

75,0% 67,8%

70,0% 60,0%

55,1%

71,7%

53,9%

75,9% 76,7% 77,0% 77,0%

57,3% 55,8%

58,2% 58,6%

82,7% 82,9% 82,2% 82,9% 83,4% 83,4% 82,5% 81,9% 82,0% 81,9% 81,1% 82,5% 79,5% 79,7% 79,2%

60,9% 60,4% 59,2%

56,3% 56,4% 54,7% 55,7% 56,0%

60,7%

62,5% 62,7%

66,8% 66,4% 66,5% 67,4%

47,3%

50,0%

39,2%

40,0%

29,5%

30,0%

31,3%

20,0%

20,0% 10,0%

Oferta

0,0%

Demanda

Mês/Ano Fonte: NTU/Mídia.

30,0

1,4 1,2 1,0 0,8 0,6 0,4 0,2 0,0

1,76 0,95

0,81

2,67 0,91

3,72 1,06

4,64

0,91

5,58

6,57

7,53

8,48

9,45

10,6

11,76

13,01

14,25

15,48

16,71

17,94

19,1

20,24

21,37

22,5

23,57

24,65

25,72 25,0

20,0

15,0

10,0

5,0 0,95

0,99

0,96

0,95

0,97

1,14

1,16

1,24

1,24

1,23

1,23

1,23

1,16

1,14

1,13

1,12

1,07

1,08

1,07

Mês/ano Impacto mensal

Impacto acumulado

Fonte: NTU/Mídia.

fico 1), nos três primeiros meses da pandemia, que chegou a 80%. “É fato que a demanda vem se recuperando, lentamente, no último ano e, hoje, está em torno de 70% do volume pré-pandemia, impulsionada pela vacinação e pela flexibilização de medidas restritivas de circulação das pessoas. Mas, é importante esclarecer que, mesmo assim, o desequilíbrio entre os níveis de oferta

e demanda de passageiros persiste até hoje e o setor segue acumulando prejuízos”, destaca. O levantamento da NTU revela também que o impacto financeiro (Gráfico 2) trouxe consequências graves para as empresas operadoras, clientes do transporte coletivo e para a economia do país. Nesses dois anos de pandemia, foram registrados 49 casos de inter-

0,0

Impacto financeiro acumulado (bilhões/R$)

A

NTU divulgou, dia 4 de abril, o relatório “Transporte Público por Ônibus – 2 anos de Impactos da Pandemia da Covid-19”, sobre os prejuízos do setor de transporte público urbano no Brasil, no período entre março de 2020 e fevereiro de 2022, disponível no link: https://www.ntu. org.br/novo/upload/Publicacao/ Pub637843145043004290.pdf. Pelos dados deste relatório, os sistemas organizados de transporte público por ônibus urbano, presentes em 2.901 municípios brasileiros, tiveram uma perda acumulada de R$ 25,7 bilhões, entre março de 2020 e fevereiro de 2022, devido à Covid-19. O impacto financeiro médio foi de R$ 1,12 bilhão por mês no período da pandemia, causado pela acelerada queda do número de passageiros e pela obrigatoriedade de manutenção, por parte das empresas, de uma oferta de serviço superior à demanda para garantir o distanciamento social no transporte público. O prejuízo corresponde a 33,8% do faturamento mensal do setor, registrado antes da pandemia. O presidente da NTU, Francisco Christovam, observa que houve uma redução vertiginosa da quantidade de passageiros transportados (Grá-

100,0% 100,0%

Impacto financeiro mensal (bilhões/R$)

Setor de transporte público urbano acumula perdas de R$ 25,7 bi durante a pandemia

49

Operadoras Operadoras

18 18 6 6 11 11 6 6 33 13 13

49

operadoras/consórcios operadoras/consórcios operacionais operacionais operadoras/consórcios operacionais interromperam interromperam aa prestação prestação interromperam de de serviço serviço a prestação de serviç

Consórcios Consórcios

11 22 --22 33

Operadoras

suspensões de atividades 18 1 intervenções intervenções na operação pelo poder poder público público na operação pelo poder públi 6 naoperação 2 pelointervenções encerramentos encerramentos de de atividades atividades encerramentos de atividades 11 contratos contratos suspensos ou rescindidos contratos suspensos ou rescindidos 6 suspensosou - rescindidos caducidades caducidades de contratos caducidades de contratos 3 decontratos 2 processos processosde de recuperação recuperaçãojudicial judicial processos aberto aberto de recuperação judicial aberto 13 3

suspensões suspensões de de atividades atividades

Fonte: Fonte:Assoc. Assoc.Nac. Nac.das dasEmp. Emp.de deTransp. Transp.Urbanos-NTU Urbanos-NTUeeMídia. Mídia.

92.581 redução dos postos de trabalho nas empresas operadoras

11

Consórcios

Período: Março/2020 aFevereiro/2022. Fevereiro/2022. Março/2020 Fonte:Período: Assoc. Nac. das Emp.ade Transp. Urbanos-NTU e Mídia.

22,7%

Período: Março/2020 a Fever

O desequilíbrio entre os níveis de oferta e demanda de passageiros persiste até hoje e o setor segue acumulando prejuízos"

de toda a mão de obra existente no setor em dezembro de 2019

Francisco Christovam, presidente da NTU

Fonte: Painel de Informações do Novo CAGED.

rupção dos serviços (Gráfico 3), por parte de 44 empresas e 5 consórcios que suspenderam suas atividades ou deixaram de operar, além de 16 casos de pedido de recuperação judicial, envolvendo 13 empresas e 3 consórcios. Houve ainda 379 paralisações temporárias, por greves ou protestos, motivadas, na maioria dos casos, por atrasos no pagamento de salários e benefícios, decorrentes das dificuldades de caixa das empresas, que afetaram 107 sistemas de transporte público de todo o país. O estrangulamento financeiro do setor gerou também uma redução de 92.581 postos de trabalho (Gráfico 4), queda de 22,7% no nível de emprego direto existente no segmento em dezembro de 2019, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CA-

130

379

paralisações em 2020 em

60 sistemas

249

paralisações em 107 sistemas* registradas desde o início da pandemia

paralisações em 2021 e 2022 em

85 sistemas

*O mesmo sistema pode ter sido atingido por paralisações em dias diferentes. Fonte: NTU/Mídia.

GED), divulgados pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). Para Christovam, “o transporte público viveu, nos últimos dois anos, uma crise aguda dentro de uma crise estrutural, anterior à própria Covid-19. A ausência de medidas emergenciais amplas e consistentes, em

nível nacional, por parte do governo federal, para garantir a continuidade da prestação dos serviços de transporte público, foi decisiva para os impactos financeiros sofridos durante a pandemia e para o quadro alarmante em que o setor se encontra neste momento”.

12 CAPA

ELES FAZEM O ÔNIBUS

R O D O V I Á R I O S

13

NOSSO DE CADA DIA CIRCULAR Uma atividade que constrói pontes entre as pessoas

O

transporte público rodoviário de passageiros é responsável pelo deslocamento da maioria da população brasileira, em suas idas e vindas para o trabalho, lazer, acesso a serviços como consultas médicas, compras, enfim, no vai e vem diário de cada cidadão. Reconhecida como essencial, a atividade está entre aquelas coisas que fazem parte de nossa rotina de tal forma, que nem paramos para pensar sobre elas. Como o fornecimento de água e luz, por exemplo. Só nos lembramos o quanto são importantes em nosso dia a dia quando esses serviços se tornam precários ou deixam de ser prestados. Mas, se pararmos para pensar, o transporte coletivo, em especial por ônibus, modal que leva a maioria dos passageiros brasileiros diariamente, faz as cidades funcionarem, com os trabalhadores chegando aos seus locais de trabalho, os estudantes, às instituições de ensino, e por aí afora. Mesmo aqueles que não o utilizam, dependem dele de alguma forma. E, se pouco atentamos para isso, o que dizer dos profissionais que estão por trás dos ônibus que cortam nossas cidades, transportando pessoas de um ponto para outro, por motivos diversos e em situações diferentes? Po-

demos dizer que a atividade do rodoviário constrói pontes entre pessoas, e entre elas e a realização de suas tarefas diárias. Reconhecida apenas no ano de 2012, pela Lei Nº 12.619, a profissão de motorista é a primeira em que pensamos quando falamos de transporte. Além da grande responsabilidade de transportar vidas, enfrentando o estresse do trânsito e

problemas como a violência urbana, esse profissional, assim como o cobrador, é a nossa interface com o setor. Mas, por trás de um ônibus rodando, existe o trabalho de muitas outras pessoas, na garagem ou nas ruas. PROFISSIONAL VERSÁTIL

Natanael Marcelino, com 31 anos de profissão e na mesma em-

Quando você olha para o seu trabalho como uma coisa que você gosta, isso já favorece o seu dia a dia, ele fica mais leve” Natanael Marcelino, motorista e instrtutor da Cidade do Aço

14 CAPA

presa – Viação Cidade do Aço – já desempenhou alguns desses papeis. Ingressou na VCA em 1991, como cobrador, foi manobreiro, motorista de transporte urbano, e passou pelo transporte rodo­ viário intermunicipal, de turismo e também do executivo. Vê o trabalho do rodoviário como muito importante, pois atende à sociedade na prestação de um serviço fundamental. Acredita que a missão do motorista seja a mais difícil: “somos prestadores de serviço, dependemos do passageiro, mas, por mais que a gente tente, nunca consegue agradar a todo mundo”, lamenta. Mas por isso mesmo, defende: “nosso serviço deve ser diferenciado”. Para Natanael, o transporte urbano é o que exige mais do profissional, principalmente quando não há a presença do cobrador. “Quando o passageiro embarca num ônibus rodoviário, para uma viagem intermunicipal, ele já está preparado para uma viagem mais longa, que acaba sendo também um passeio. O passageiro do urbano, geralmente está indo ou voltando do trabalho, ou seguindo para algum compromisso, tem horário, se estressa com o trânsito, o clima é diferente, e o motorista tem de se adequar”, diz. Para ele, é imprescindível gostar do que faz para se tornar um bom profissional. E sua trajetória já mostra que ele gosta muito. E filosofa: “quando você olha para o seu trabalho como uma coisa que você gosta, isso já favorece o seu dia a dia, ele fica mais leve”. De tão entusiasmado e bom profissional, Natanael acabou passando também a instrutor, tarefa que abraçou com prazer e boa vontade. Ele ressalta que um mo-

Todos precisamos saber que sentimos as mesmas coisas, somos seres humanos com nossas preocupações, nossas dores, nossos sonhos, nossas contas para pagar no fim do mês”

José Leandro Miranda, motorista da Real Rio

torista tem de lidar com muitas condições adversas nas ruas, e por isso precisa estar bem preparado, para atender sem se deixar afetar pelas adversidades, mantendo as condições físicas e psicológicas para prestar um trabalho de qualidade. Para ele, “embarcar e desembarcar os passageiros com a sensação do dever cumprido” é motivo de grande satisfação. Para os seus aprendizes, aconselha a sempre encarar o trabalho como se fosse o primeiro dia de empresa: com entusiasmo e vontade de aprender. Todo esse afinco não passa despercebido, e o instrutor participou, a convite, de evento para jovens aprendizes - “Juntos Salvamos Vidas! – Maio Amarelo” - realizado pelo Sest Senat de Bar-

ra Mansa nos dias 17, 18 e 19 de maio. Natanael foi palestrante no primeiro dia do evento. PRECISA GOSTAR DO QUE FAZ

Outro motorista que considera que, para ser bom no volante e ter um bom relacionamento com os passageiros, tem de gostar muito do que faz, é o José L­ eandro Miranda, da Real Rio (Leandro Arara, nas redes sociais, onde está cada vez mais conhecido). Sua rotina de trabalho começa por volta das 11 horas, quando sai de casa, para começar no batente por volta de meio-dia, parando lá pelas 20 h. Leandro aponta dois fatores principais de geração de tensão no trabalho: a violência urbana, que, segundo ele, “sempre causa uma certa apreensão”, e a ne-

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cessidade constante de atender bem, ao mesmo tempo, à empresa e aos passageiros, o que o faz sentir-se duplamente cobrado. Surpreendentemente, o trânsito não o estressa tanto: “já foi mais caótico, estou acostumado”, diz. Para ele, um bom profissional, além de gostar do que faz, precisa entender a dinâmica do trânsito, conhecer de direção defensiva, e saber da importância da sua função para a mobilidade das pessoas. “Ser um bom motorista é um dom”, diz. Esse dom, porém, não prescinde de um bom preparo, acredita. Ele considera que a empresa em que trabalha oferece bom treinamento a seus motoristas e acredita que esse cuidado é fundamental. E, assim, há 11 anos ele cumpre sua rotina de rodoviário, na mesma empresa, onde já exerceu a função de cobrador, e com a mesma disposição. O que pode melhorar? Segundo ele, a cordialidade entre as pessoas. Embora muitos passageiros sejam simpáticos, ele se sente incomodado quando as pessoas entram no ônibus, sem aparentemente perceber que ali, por trás do volante, está um ser humano. “Às vezes, até ignoram quando a gente cumprimenta. Todos preci-

Noto evolução, não só no nível de escolaridade, mas no interesse por ter uma carreira e se aprimorar. Hoje é muito mais comum vermos motoristas cursando faculdade, por exemplo” Valéria Cristina de Souza

Correa, psicóloga do Grupo Ponte Coberta

samos saber que sentimos as mesmas coisas, somos seres humanos com nossas preocupações, nossas dores, nossos sonhos, nossas contas para pagar no fim do mês”, desabafa. LIDANDO COM OS RODOVIÁRIOS

Com mais de duas décadas no setor, há 20 anos no grupo Ponte Coberta, a psicóloga Valéria Cristina de Souza Correa sente que esse tipo de queixa vem aumentando muito entre os rodoviários que

Cada empresa é estruturada por mais de 60 cargos, que trabalham incansavelmente e dedicadamente para que as cidades se movimentem e para que os outros segmentos econômicos executem e entreguem suas atividades à população” Rosa Emília da Conceição, gestora de pessoas

e Organizacional do TransÔnibus

trabalham nas ruas. Os motoristas muitas vezes alegam sentir-se discriminados, com um número crescente de passageiros que não os “enxergam” e sequer respondem a um cumprimento. Em um dia a dia já cheio de tensões com o trânsito e outros problemas, esse tipo de comportamento vem afetando o ânimo desses profissionais. Se, por um lado, Cristina percebe essa questão negativa, por outro, constata grande evolução no perfil dos rodoviários, nos últimos anos. “Noto evolução, não só

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no nível de escolaridade, mas no interesse por ter uma carreira e se aprimorar. Hoje é muito mais comum vermos motoristas cursando faculdade, por exemplo. A família é uma preocupação, noto a vontade de fazer com que os filhos se formem, criem um futuro melhor para eles. Normalmente, são pessoas fáceis de lidar, que gostam de um bom papo”, explica. Ela registra que os mais jovens têm uma visão de crescimento profissional diferente. Enquanto os mais antigos querem permanecer na empresa em que se sentiram acolhidos, os mais novos buscam aquelas que mais vantagens lhe oferecem no momento. “Às vezes, mesmo que, em nível salarial, não haja diferença”, analisa. Esse tipo de atitude vem levando as empresas a uma mudança também, pois há uma necessidade maior de estabelecer uma relação de confiança desse funcionário com a organização. As sucessivas crises por que passa o transporte coletivo de passageiros como um todo no estado do Rio de Ja-

neiro, porém, criam dificuldades para que se ofereçam mais atrativos a esses profissionais. Cristina diz que a pandemia piorou ainda mais esse panorama, gerando tragédias pessoais para um grande número de rodoviários. O retorno lento e gradual dos passageiros traz de volta, segundo ela, alguns colaboradores que haviam se afastado do setor para se arriscar em novas atividades, como negócios familiares ou empreendimentos pessoais. A crise provocada pela pandemia de Covid-19 levou à derrocada dessas expectativas e à intenção de retornar ao antigo trabalho. Para Rosa Emília da Conceição, responsável pela Gestão de Pes­ soas e Organizacional do TransÔnibus, “Essa classe traba­ lhadora compõe a força de trabalho que assegura a mobilidade das pessoas nas cidades. Ela anima um sistema, muitas vezes desconhecido em suas características estruturais de: habilidades, expertise e dedicação. Suas atividades sofrem todas as in-

Acredito que, se o poder concedente terceiriza a atividade, tem de garantir o equilíbrio econômicofinanceiro das operadoras”

Rubens dos Santos Oliveira, presidente do Sintronac

terferências externas e adversas, tais como: engarrafamentos, chuvas, temperatura, acidentes, interdições por obras, manifestações, questões de segurança pública, eventos diversos... mas o serviço não pode parar! O usuário só consegue ver a ponta dessa estrutura, que são os que r­ ealizam/ entregam os serviços (motoristas, despachantes, fiscais, cobradores), porém, nos bastidores efervescentes das empresas, se mobilizam inúmeros profissionais que garantem o atendimento a todos os requisitos para realização das viagens: são mecânicos, eletricistas, borracheiros, lavadores, abastecedores, pessoal da administração, do planejamento, do controle, do monitoramento, instrutores – também rodoviários. Enfim, cada empresa é estruturada por mais de 60 cargos, que trabalham incansavelmente e dedicadamente para que as cidades se movimentem e para que os outros segmentos econômicos executem e entreguem suas atividades à população.”

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A VOZ DA EXPERIÊNCIA

Rubens dos Santos Oliveira também tem vasta experiência com os profissionais rodo­viários. Afinal, além de 42 anos de profissão, representa a categoria, como presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Passageiros de Niterói a Arraial do Cabo – Sintronac. Ele percebe uma grande mudança nos profissionais, do tempo em que ingressou na profissão para os dias atuais. A modernização dos veículos levou-os a se atualizarem, e, segundo Rubens, criou mais responsabilidades para os motoristas: “Temos de ter cuidado redobrado com idosos, pes­soas doentes e crianças a bordo, sem a figura do cobrador para nos ajudar, e por isso também temos de receber dinheiro e dar troco”. Rubens percebe uma crescente frieza dos passageiros, que parecem ver o motorista apenas “como um robô”, só notando a importância do profissional rodoviário quando há um problema grave que impede o ônibus de chegar, como um congestionamento, um acidente ou uma paralisação dos serviços. A sociedade parece não compreender as dificuldades diárias desses trabalhadores, segundo sua percepção. “Hoje, trabalhamos tensos todo o tempo. Os erros de um motorista de ônibus ficam muito expostos, é uma pressão bem grande, pois os passageiros acham que todos os problemas são por nossa culpa. Se há um atraso, uma quebra do veículo, uma demora por causa de um embarque de cadeirante, as pessoas reclamam do motorista”, diz. Ele frisa que existem muitos profissionais por trás de um ônibus que circula nas ruas de nossas ci-

A Fetranspor criou recentemente o Portal do Rodoviário, prestigiando esses profissionais, que, anonimamente, mantêm o nosso ônibus de cada dia circulando pelas ruas de nossas cidades”

Armando Guerra,

presidente da Fetranspor

dades, mas quem se expõe é o profissional do volante. O problema mais sério, porém, para o líder sindical, é a violência urbana. As agressões, depredações e incêndios prejudicam as pessoas que precisam ser transportadas diariamente. Ele sente a necessidade urgente de conscientização da população, pois “cada um tem de zelar pelo seu meio de transporte”, diz. Para o presidente do Sintronac, a situação é muito preocupante, pois “o País não investe na juventude, e os problemas sociais não se resolvem”, o que parece gerar um círculo vicioso. Ele mostra grande preocupação com a crise das empresas de ônibus do estado do Rio de Janeiro. “A gente sabe que as empresas não ganham muito dinheiro, como a mídia diz. Não sou empresário, mas sei que transporte público, assim como educação e saúde, é dever do Estado”, ressalta, pois acredita que, se o poder concedente terceiriza a atividade, tem de garantir o equilíbrio econômico-financeiro das operadoras. Rubens lembra dos tempos em que trabalhou na CTC e diz que o serviço prestado pela estatal era muito ruim. Para ele, os governantes precisam pensar na importância do transporte pú-

blico para a sociedade e evitar que a situação se agrave mais. Acredita que a pandemia piorou muito uma crise que já era grande. Diz que a categoria também tem propostas para a melhoria do transporte público e, consequentemente, da mobilidade urbana, e que pretende realizar, em breve, um seminário para provocar uma análise conjunta dos problemas do setor, na busca de soluções. HERÓIS ANÔNIMOS

Para Armando Guerra Junior, presidente da Fetranspor, o profissional rodoviário é o grande responsável por manter o sistema de transporte coletivo funcionando. “Existem pessoas nas garagens cuidando desde a limpeza dos ônibus até a manutenção, pintura, acompanhamento do GPS. E há ainda os fiscais, despachantes, e os motoristas, que são os nossos representantes perante o público. Eles prestam um serviço importantíssimo para a sociedade, e merecem todo o nosso respeito e reconhecimento. A Fetranspor criou recentemente o Portal do Rodoviário, prestigiando esses profissionais, que, anonimamente, mantêm o nosso ônibus de cada dia circulando pelas ruas de nossas cidades”, conclui.

18 EU RODOVIÁRIO

PORTAL DO RODOVIÁRIO: FERRAMENTA DE VALORIZAÇÃO E RECONHECIMENTO DA CATEGORIA

A

Fetranspor lançou, em maio, mês do trabalhador, O Portal do Rodoviário (portaldorodoviario.com.br), um site de notícias e informações úteis, exclusivamente voltado para os 80 mil profissionais que atuam nas empresas de ônibus do estado do Rio de Janeiro e nos sindicatos associados à Federação. “O projeto do Portal do Rodoviário está nos planos da Fetranspor há algum tempo e agora estamos conseguindo colocá-lo em prática. A ideia é valorizar e reconhecer o trabalho e o papel social dessa categoria profissional tão importante”, afirmou a gerente de Comunicação Institucional da Fetranspor, Verônica Abdalla.

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cas, dessa vez de português, na seção “Na Ponta da Língua”, podendo, em alguns casos, até testar seus conhecimentos, e de lazer, na seção “Na Estrada”, que estreia mostrando o Santuário de Aparecida. Ainda em “Variedades”, a seção “Esporte” trará informações sobre modalidades esportivas, campeonatos e atletas. A primeira postagem fala sobre a Copa Sest Senat de Futebol Society 2022. BENEFÍCIOS, CONCURSOS E PROMOÇÕES

O Portal tem uma seção, na aba “Eu rodoviário”, intitulada “Você Merece”, dedicada aos motoristas, cobradores, fiscais, despachantes e demais profissionais que lidam diretamente com a população e que são elogiados por clientes através do “Fale Ônibus”. Na mesma aba, outra seção, chamada “Perfil”, conta um pouco da história de vida de nossos profissionais do transporte. Quem inaugura esta seção é o José Leandro Garcia Miranda, 43 anos, motorista da Real Rio, um dos entrevistados para a matéria de capa desta Revista e que ficou famoso na internet após publicar um vídeo no Tik Tok, contando sobre uma situação constrangedora vivida dentro do ônibus. EDUCAÇÃO, DICAS E VARIEDADES

Na aba “Serviços”, o rodoviário encontra as seções “Educação” e “Tu-

do em Ordem”. A primeira traz as listas dos próximos cursos que acontecerão nas unidades do Sest Senat do estado do Rio de Janeiro (Deodoro, Paciência, Barra Mansa, Campos de Goytacazes, Duque de Caxias, Nova Friburgo, Resende, Três Rios e São Gonçalo). A relação de cursos de junho de algumas dessas unidades já está disponível no Portal, que também publica informações sobre alguns desses e de outros cursos, como conteúdo programático, carga horária, se são presenciais ou on-line, entre outras. A seção “Tudo em Ordem” é de dicas variadas sobre assuntos como a necessidade de exames toxícológicos para condutores e a nova legislação de assentos especiais para lactantes em ônibus do município do Rio. Em “Variedades”, o rodoviário internauta se depara com mais di-

Além disso, o Portal também divulga, na aba “Benefícios”, o Clube Riocard Mais, que oferece vantagens para quem utiliza o cartão nos meios de transporte. “Queremos que o Portal seja um veículo de comunicação para os rodoviários, que eles acessem para se manterem bem informados sobre sua categoria profissional e o setor, para conhecerem oportunidades de crescimento profissional e para aprenderem sobre diversos outros assuntos, além, claro, de conhecerem as histórias de alguns colegas de profissão”, explica Abdalla. E não para por aí. O Portal do Rodoviário contará com concursos e promoções para seus “assinantes”. Quem fizer o cadastro poderá participar de concursos de frases, de poesia, de música, de fotografia, entre outros. E também receberá, mensalmente, em seu e-mail, uma newsletter com as últimas notícias publicadas. A primeira promoção já está no ar. Os dois mil primeiros rodoviários que se cadastrarem no Portal ganharão uma garrafinha de água. “Nosso objetivo é estarmos mais próximos dos nossos rodoviários e compartilharmos suas emoções e conquistas”, concluiu a gerente de Comunicação.

20 EVENTOS

DIRETORA E GERENTE DE MOBILIDADE DA FETRANSPOR PARTICIPAM DE EVENTOS INTERNACIONAIS Richele Cabral e Eunice Horácio ministram palestra em congressos do México e Espanha

A

diretora de Mobilidade Urbana da Fetranspor, Richele Cabral, participou, como palestrante, do 13º Congresso Internacional de Transporte (13º CIT), realizado virtualmente pela Associação Mexicana de Transporte e Mobilidade (AMTM), nos dias 27 e 28 de abril de 2022, cujo tema central foi “Redefinir e Inovar a Mobilidade”. Já a gerente de Mobilidade Urbana, Eunice Horácio, ministrou palestra no II Congresso On-line de Mobilidade Sustentável (Comus 2022), realizado entre os dias 25 e 29 de abril, pelo Instituto de Mobilidade da Espanha. Richele Cabral falou sobre a nova realidade do transporte e os desafios a serem superados para transformar o círculo vicioso em círculo virtuoso. A diretora destacou cinco desafios: definição clara das regras do jogo, como diretrizes, objetivos e responsabilidades; oferta de serviços inovadores e com mais qualidade; melhoria da infraestrutura, já deficiente; financiamento; e o entendimento de que as pessoas

RICHELE CABRAL DIRECTORA DE MOBILIDAD URBANA

REDEFINIR E INNOVAR LA MOVILIDAD Comprensión de los principales desafíos

DESAFIOS 1

DEFINICIÓN CLARA DE LAS REGLAS DE JUEGO (DIRETRIZES, OBJETIVOS, RESPONSABILIDADES)

2 3

OFRECER SERVICIOS INNOVADORES CON MAYOR CALIDAD

INFRAESTRUCTURA DEFICIENTE

4 FINANCIAMIENTO $ 5

ENTENDER A LAS PERSONAS Y EL TRANSPORTE PÚBLICO COMO PROTAGONISTAS DE LA “NUEVA MOVILIDAD URBANA”

e o transporte público são protagonistas da nova mobilidade urbana. “Com a alteração das regras do jogo, busca-se garantir principalmente duas coisas – qualidade do serviço para o usuário e sustentabilidade para o negócio”, disse. E de-

fendeu que, para isso, é necessária a criação de um novo marco legal, cuja proposta já está sendo encaminhada pelo Congresso Nacional, baseado em três pilares – qualidade e produtividade, financiamento e regulação e contratos.

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Es necesario buscar alianzas ES STARTUPS SOCIEDAD ECOSISTEMAS INVERTIDORES

CONECTAR EL ECOSISTEMA DE INNOVACIÓN

COALICIONES EMPRESAS ACELERADORAS

INNOVACIÓN Crear programas, procesos y proyectos para encontrar, desarrollar y proponer productos y soluciones innovadoras. SERVICIOS COMPARTIDOS TECNOLOGIA VEICULAR

NUEVOS MEDIOS DE PAGO

INNOVACIÓN

BIG DATA FIDELIZACIÓN DE CLIENTES

MOVILIDAD INDIVIDUAL (BICICLETAS, SCOOTERS)

NUEVOS NEGÓCIOS

Com a alteração das regras do jogo, busca-se garantir principalmente duas coisas – qualidade do serviço para o usuário e sustentabilidade para o negócio"

Richele Cabral, diretora de Mobilidade Urbana da Fetranspor

INOVAÇÃO E ALIANÇAS

Richele afirmou que a inovação depende da criação de alianças com startups, universidades, ecossistemas, empresas, investidores e a sociedade em geral, entre outros atores, e que é preciso criar programas,

processos e projetos para encontrar, desenvolver e propor produtos e soluções inovadoras. A diretora da Fetranspor destacou os aspectos que envolvem a nova mobilidade, como: serviços compartilhados, tecnologia veicular, mobilidade individual, no-

vos negócios, big data, novos meios de pagamento, fidelização do cliente e inovação. Sobre as tendências dessa nova mobilidade, Richele ressaltou os aplicativos, os veículos autônomos, o efeito Uber, o aumento dos carros elétricos, a exclusão dos carros a diesel, a facilidade de pagamento e carros e caronas compartilhados. O tema “nova realidade do transporte” também foi defendido pelo CEO do Corredor Insurgentes S.A. de C. V. CISA, Jesús Padilla Zenteno, e pelo gerente corporativo de Relações Técnicas Institucionais da Metropol, da Argentina, Luciano Fusaro. A moderação coube ao diretor de Advocacia e Divulgação da Associação Internacional de Transporte Público (UITP), Dionisio González. A abertura do Congresso ficou a cargo da chefe do Governo da Cidade do México, Claudia Sheinbaum Pardo; de Jesús Padilla Zenteno, que também é presidente honorário da Associação Mexicana de Transportes e Mobilidade (AMTM), e do presidente efetivo da entidade, Nicolás Rosales Pallares. NÚMEROS NA PANDEMIA

O tema da palestra ministrada por Eunice Horácio no Comus 22 foi a crise do transporte público por ônibus no Brasil, agravada pela pandemia da Covid-19. Eunice falou sobre a evolução da demanda no Rio de Janeiro durante a pandemia e também sobre o círculo vicioso do transporte público. Segundo a gerente, entre março de 2020 e junho de 2021, a perda do setor, no Brasil, chegou a R$ 16,709 bilhões. Nas primeiras semanas da pandemia, o segmento perdeu, em média, 80% dos passageiros e, em junho de 2021, a perda foi de 43,7%. Além disso, cerca de 60 mil postos de trabalho foram extintos, num se-

22 EVENTOS

tor que gera 1,8 milhão de empregos. No Rio de Janeiro, a demanda das linhas intermunicipais caiu 76% e a das linhas municipais da capital, 71,5%. “As projeções da demanda mostram que o número de passageiros não retornará aos níveis registrados antes da crise, nos próximos anos”, afirmou Eunice. Entre as soluções propostas, destacou: novos modelos de contratação de serviços para garantir a segurança jurídica; investimento em infraestrutura, com a criação de corredores e faixas exclusivas para ônibus e sua manutenção contínua; sistema de informação de mobilidade urbana; novas fontes para cobrir os custos da operação e garantir a chamada tarifa de remuneração; e investimento em qualidade e produtividade, incluindo transparência, gestão da demanda, protocolos sanitários, comunicação com a sociedade, capacitação de pessoal, racionalização, inovação e normas de eficiência. Segundo Eunice, é preciso trabalhar por uma mobilidade estruturada em sistemas de transporte coletivo bem projetados e complementados pelos serviços que surgiram nos últimos anos e que não competem entre si. E também definir uma agenda sustentável e uma melhor governança. A NOVA MOBILIDADE

Outros assuntos discutidos no Congresso foram as mudanças causadas pela pandemia, como aumento do consumo digital e de atividades em home office, pessoas saindo das cidades para viver no campo e um novo conceito de mobilidade e cidade, a partir de agora. O evento também tratou do crescimento da população, com habitantes cada vez mais individualizados; da necessidade de distanciamento de segurança

La Situación del Transporte Urbano por Buses en Brasil y Rio de Janeiro Docente: Eunice Horácio Gerente de Movilidad Urbana de Fetranspor y Profesora Universitária de CEFET/RJ

II CONGRESO ONLINE DE MOVILIDAD URBANA SOSTENIBLE

Ciclo vicioso del transporte público Demanda Gratuidad

Seguridad pública Vans / Aplicaciones Vandalismo Exigencias de higienización y limpieza

Quiebra

Exigencias sobre limites de ocupación vehicular por distanciamiento social Perdida em la calidad del servicio

Flota envejecida

Costos mas altos

Termino de la postergación de pagamento de financiamiento y acreedores

Termino de la MP de suspensión de contratos

Tarifas Insuficientes e inviables

As projeções da demanda mostram que o número de passageiros não retornará aos níveis registrados antes da crise, nos próximos anos"

Eunice Horácio, gerente de Mobilidade Urbana da Fetranspor

e de um transporte mais eficiente; da possibilidade da existência de cidades sem carros, transporte a domicílio, entre outros temas. O evento contou com mais de 100 palestras, em 10 salas de deba-

tes, e reuniu profissionais e especialistas de cerca de 20 países, para trocarem ideias sobre a revolução nos sistemas de transporte, o planejamento urbano e as tendências de mobilidade sustentável.

EDIÇÃO 11 | JUNHO 2022

Empresa modelo de bilhetagem e de transparência Presente em 40 municípios do estado do Rio de Janeiro através da bilhetagem e dos seus produtos, a Riocard Mais é responsável por ajudar a transportar mais de quatro milhões de passageiros por dia. Esta edição do encarte “Riocard Mais Informa” vai mostrar toda a complexidade operacional para que a bilhetagem exercida pela empresa seja referência mundial. Além disso, mostraremos a responsabilidade com a transparência dos dados e como a Riocard Mais é feita de pessoas engajadas em proporcionar melhorias na mobilidade urbana dos fluminenses.

Osmbolode+sernossoprincipalelemento grficodeapoio marcaRiocardMais,podendo serutilizadosozinho,namesmaformaodologo parattulosounanecessidadededestaquejunto atexto,ouemconjunto,conformeaplicaoapresentada posteriormente.

Complexidade Operacional O sistema de bilhetagem do Rio de Janeiro, realizado pela Riocard Mais, é um dos maiores do mundo em número de transações, e tem avançado na modernização e tecnologia. A empresa atualmente atinge 85% da população economicamente ativa do Estado e, para atender essa população, mantém uma equipe qualificada e equipamentos de ponta. São mais de 20 mil validadores gerenciados, uma matriz com 42 mil regras de integração e 5 milhões de cruzamentos, 7 milhões de cartões em uso e sistemas de controle de uso das gratuidades, evitando fraudes e uso abusivo. A única forma de ter benefícios tarifários nas integrações, como o Bilhete Único Intermunicipal, é utilizando os cartões da empresa.

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“A Riocard tem 18 anos e é referência internacional, pela complexidade do sistema , interoperabilidade, sua abrangência e funcionamento, permitindo o uso de um único cartão em todo o Estado. Isso é uma grande facilidade e um grande conforto para o nosso cliente”, afirma Cassiano Rusycki, diretor da Riocard Mais. Há inúmeras soluções para que os clientes façam a recarga de forma mais rápida e prática. Ao todo, a empresa conta com 1.190 pontos de venda espalhados em todo o Estado, com 4,1 milhões de recargas por mês, 91 terminais de consulta. Além disso, a produção de cartões chega a 160 mil por mês e a entrega é feita em todo o Estado.

de 70 MILHÕES DE CARTÕES EMITIDOS DE 20 BILHÕES DE VIAGENS

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O volume da base de clientes exigiu da empresa investimentos no atendimento e, por isso, em 2019, o assistente virtual Tomais chegou com o propósito de ser o principal canal de comunicação da empresa, para melhorar e facilitar o acesso às informações, sempre de forma clara e objetiva, sobre os produtos e serviços da marca. Além do assistente virtual presente no WhatsApp, a Riocard Mais possui 21 lojas que atendem uma média de 80 mil pessoas por mês. O Call Center recebe 118 mil ligações mensais e o Backoffice, área responsável por receber solici-

tações do Procon, Reclame Aqui e outros, possui uma média de 24 mil clientes atendidos por mês. A Riocard Mais possui 82 mil clientes corporativos compradores de Vale-Transporte. Para a diretora executiva da Riocard TI, Renata Faria, nos últimos anos a Riocard segue fazendo com excelência a operação de um parque tecnológico de última geração, que possui 175 links de redes, 115 websites e 1.683.519 arquivos processados, dados referentes a abril de 2022. “São vários avanços tecnológicos realizados pela empresa, como, por exemplo, a biometria facial, tecnologia que permite a identificação do portador dos cartões de benefícios, impedindo sua utilização fraudulenta, colaborando, assim, com sua gestão pelo poder concedente”, afirma a diretora.

Produtos físicos e digitais Riocard Mais Em 2019, a Riocard Mais transformou 25 versões então existentes em apenas três – Riocard Mais Expresso, Vale-Transporte e Empresarial . O objetivo da empresa foi facilitar a vida dos seus clientes, oferecendo mais tecnologia e variedade de canais de recarga. O Vale-Transporte é o cartão que o trabalhador usa para o seu trajeto de ida e volta entre a casa e a empresa. São mais de 1,5 milhão de cartões em circulação e cerca de 2,2 milhões de transações por dia. É recarregável, habilitado com Bilhete Único Carioca e pode ser habilitado com o Bilhete Único Intermunicipal. O Empresarial é um cartão corporativo, ideal para colaboradores externos e equipes comerciais. Existem mais de 34 mil cartões em circulação, e são mais de 16 mil transações por dia. Já o Expresso é um cartão pessoal, ideal para quem gerencia a própria passagem. São mais de 1,3 milhão de cartões em circulação e 800 mil transações por dia. A Riocard Mais lançou pulsei-

ras e chaveiros, em 2020 - um novo jeito de pagar passagem. Os acessórios recarregáveis são à prova d’água, já vêm com o benefício do Bilhete Único Carioca habilitado, e outros benefícios tarifários podem ser inseridos. O cliente ganha mais praticidade, pois basta encostar o dispositivo no validador para liberar a roleta. Comprometida com os investimentos tecnológicos, a Riocard Mais, em 2021, lançou o aplicativo Cartão Digital, que permite aos passageiros a facilidade de pagar a passagem apenas ao encostar o celular no validador, utilizando a tecnologia NFC. Para garantir a segurança, o cliente precisa criar um PIN que gera a passagem, disponibilizada, em seguida, por um tempo limitado para uso. Por fim, basta aproximar o cartão da catraca e ela será liberada. Hoje são mais de 116 mil usuários e, futuramente, a empresa pretende torná-lo o principal aplicativo da Riocard Mais. É possível também realizar recarga dos cartões e validar os créditos no próprio aplicativo.

Osmbolode+sernossoprincipalelemento grficodeapoio marcaRiocardMais,podendo serutilizadosozinho,namesmaformaodologo parattulosounanecessidadededestaquejunto atexto,ouemconjunto,conformeaplicaoapresentada posteriormente.

Responsabilidade com a transparência A Riocard Mais tem a transparência como um pilar importante, por isso já se adaptou à LGPD – Lei Geral de Proteção de Dados – com diversas medidas, como a criação de políticas de privacidade, de cookies e formulário de privacidade, disponibilizados no site da empresa, demonstrando seu compromisso com a segurança da informação e a transparência no tratamento de dados dos clientes. O Portal da Transparência, disponibilizado no site cartaoriocard.com.br/rcc/institucional/transparencia, mostra todas as transações eletrônicas realizadas com cartões recarregáveis, pagamentos em dinheiro

realizados nos ônibus, BRT e vans, e as gratuidades transportadas, através do Registro Diário de Operações (RDO) e de outros relatórios. Informações a que a Prefeitura já tinha acesso e agora estão disponíveis para todos os clientes. Além disso, a empresa oferece algumas dicas para que a internet seja utilizada de forma segura.

Bilhetagem feita por gente Com o objetivo de reforçar os atributos e humanizar mais a marca, a Riocard Mais lançou, em abril de 2022, campanha institucional em que os próprios colaboradores apresentam o trabalho realizado pela empresa. As peças criadas para redes sociais, e-mail marketing e sites apresentam as pessoas que estão por trás de cada atributo da marca, como aten-

dimento, interoperabilidade, tecnologia etc. “Queremos mostrar para os nossos clientes que nada é possível sem aqueles que trabalham nessas operações”, explica Cassiano Rusycki, diretor da Riocard Mais. Ao todo, 12 colaboradores ilustraram, por seis semanas, o ambiente on-line da Riocard Mais, representando mais de 500 colaboradores.

27 EVENTOS

DANIEL COLELLA FAZ PALESTRA SOBRE DIESEL PARA SINDICATOS E EMPRESAS DO RIO DE JANEIRO No dia 18 de abril, Daniel Colella, CEO da Combudata, plataforma de gestão e monitoramento de preços e custos de combustíveis, conversou com sindicatos e empresas de ônibus associados à Fetranspor. O tema foi a distribuição de diesel. O executivo explicou como funciona a precificação do combustível no estado do Rio de Janeiro e os fatores que influem no reajuste. Segundo Colella, cada empresa de

ônibus tem sua característica para a composição do preço, de acordo com o que foi negociado com a distribuidora; porém, isso também depende de alguns fatores, como a variação do preço da refinaria, do biodiesel, da importação, a localização da empresa, o preço do petróleo, os impostos e o dólar. “A precificação do diesel é um tema complexo, mas precisamos entender esses detalhes para que possamos negociar a redução do preço com as distri-

buidoras”, lembrou Armando Guerra, presidente da Fetranspor. Sobre os contratos de fornecimento com as distribuidoras, o palestrante ressaltou que aqueles com exclusividade e galonagem a ser cumprida podem trazer desvantagens para as empresas. O mesmo vale para os negociados para longos períodos, pois, diminuindo o tempo de vigência, é possível renegociar o valor antes que a margem de preço aumente muito.

VEM AÍ

SEMINÁRIO NACIONAL NTU SERÁ REALIZADO EM AGOSTO, EM SÃO PAULO Será realizada, entre os dias 9 e 11 de agosto, na São Paulo Expo, a 35ª edição do Seminário Nacional NTU. O evento debaterá os melhores caminhos para recuperação da demanda perdida e viabilização de um transporte público de mais qualidade, com menor custo para o bolso do passageiro pagante, em benefício da vasta maioria da população que mais depende do serviço. O Seminário vai debater a crise do setor de transporte público urbano no Brasil, agravada pela pandemia, gerando prejuízos da ordem de um bilhão mensal em todo o País; as soluções encontradas através de subsídios públicos em, pelo menos, 108 cidades; e a separação da tarifa pública ou de utilização do serviço, paga pelo passageiro, da tarifa de remuneração ou técnica, que custeia a prestação

do serviço, como forma de manter o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos de operação, melhorar a qualidade do transporte coletivo e reduzir o peso da tarifa para o usuário.

Também haverá espaço para discutir as novas tecnologias, como as de sistemas inteligentes de transporte (ITS), de meios de pagamento, veiculares, de combustível e relacionadas ao Programa de Inovação em Mobilidade Urbana da NTU (Coletivo). Paralelamente ao Seminário, será realizada a Transpúblico Lat.Bus, Feira Latino-americana do Transporte. O evento contará com a participação dos segmentos do transporte coletivo urbano, rodoviário e de fretamento do Brasil e América Latina. Estarão presentes: Abrati (Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros), Anttur (Associação Nacional dos Transportadores de Turismo e Fretamento), Fresp (Federação das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento do Estado de São Paulo) e a UITP (Associação Internacional do Transporte Público).

28 NO RADAR

GOVERNANÇA CORPORATIVA: MUDANÇA DE COMPORTAMENTO DEVE SER DE TODOS OS ENVOLVIDOS

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pós três anos de tarifas congeladas, os sistemas de transporte público por ônibus iniciaram o ano de 2022 com um grande desafio pela frente, em função das fortes pressões de custo que vêm sofrendo e da redução do volume de passageiros pagantes observada durante a pandemia. Essa conjunção de fatores forma uma tempestade perfeita no segmento de transporte público, com fortes consequências sobre a população mais pobre. A adoção de critérios de uma boa governança corporativa é, inegavelmente, caminho para um desempenho em conformidade com as leis, tendo a transparência e a ética como fortes aliadas na construção de uma organização onde haja equidade, responsabilidade corporativa, bom relacionamento com seus públicos e credibilidade. Não que isso seja uma grande novidade, pois empresas em todo o mundo buscam hoje esse caminho, principalmente aquelas que dependem de um relacionamento mais próximo com o poder público local. A governança corporativa é um bom escudo contra possíveis atos fraudulentos, uma prevenção a episódios de corrupção e traz, como consequência, a construção de imagens positivas e de uma relação de confiança com as partes relacionadas. Os prestadores de serviços públicos precisam, mais do que a

Armando Guerra, presidente da Fetranspor

maioria dos setores, evidenciar seus compromissos para com a sociedade em geral, mantendo relações transparentes com o setor público, seus fornecedores e outros agentes. Contar com a confiança da população é tão importante quanto a divulgação dos respectivos papéis – o quê cabe a quem – para que haja entendimento do que deve ser cobrado do poder público e do que cabe a seus concessionários, assim como o que está por trás da entrega desses serviços, seus custos e desafios. Os operadores de transporte público coletivo por ônibus têm as

Os prestadores de serviços públicos precisam, mais do que a maioria dos setores, evidenciar seus compromissos para com a sociedade em geral, mantendo relações transparentes com o setor público, seus fornecedores e outros agentes"

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atividades de suas empresas exercidas em permanente exposição, pois acontecem pelas ruas das cidades, com rodoviários e veículos à mercê de problemas de trânsito, assaltos, atos de vandalismo, vias em más condições. São obrigados a cumprir regras contratuais enquanto enfrentam concorrência predatória de transportadores ilegais que ignoram a legislação, entre outros problemas que ameaçam sua própria sobrevivência. Diante desse cenário, é fundamental atuar de forma transparente, manter o diálogo com os seus públicos, abrir detalhes como a composição das tarifas, número de passageiros pagantes e não pagantes, tipos de subsídios ou a ausência deles. Criar regulamentos a serem seguidos nas relações com colaboradores de todos os níveis, fornecedores e com órgãos normatizadores e fiscalizadores. Só assim, a sociedade poderá entender as responsabilidades dos operadores e estes poderão obter a confiabilidade tão almejada. Muitos já entenderam isso e incluem medidas de compliance em suas rotinas empresariais, passando a obter maior controle de processos internos, por meio de normas e acompanhamento de sua efetividade. Mas, o que fazer quando há um grande esforço para implantação dessas medidas, uma total mudança de paradigmas, com bons resultados, mas o esperado reconhe-

Note-se que nenhuma pessoa ou organização tem em sua história apenas erros. Reconhecê-los, fazer mudanças de rota para corrigi-los e tomar providências para não repeti-los são atitudes meritórias" cimento não vem? Quando a imagem negativa persiste, apesar de toda uma mudança comportamental, feita de dentro para fora, sem pular nenhum passo, com acompanhamento constante? Na experiência específica da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro – Fetranspor –, após cerca de cinco anos de implantação de sistema de governança corporativa, com medidas de compliance, implementação de Programa de Integridade e Conformidade, criação de Comitê de Integridade e Conformidade, comportamento transparente (com divulgação permanente de dados do setor e da bilhetagem eletrônica do Estado), controle cuidadoso de riscos e muitas outras providências, os efeitos dessa mudança são percebidos de forma muito clara internamente e pelos stakeholders mais próximos. Infelizmente, porém, a entidade e seus representados são ainda muitas vezes enxergados pelas lentes do passado. Note-se que nenhuma pessoa ou organização tem em sua história apenas erros. Reconhecê-los, fazer mudanças de rota para corrigi-los e tomar providências para não repeti-los são atitudes meritórias e de-

veriam, ao menos, ser levadas em consideração, em especial pelos poderes concedentes, cujo papel é acompanhar e fiscalizar seus concessionários e permissionários. Como prestador de um serviço essencial em nome do poder público, o setor de transporte coletivo de passageiros em todo Brasil deve buscar, cada vez mais, implantar sistemas de governanças corporativas e cercar-se de medidas que assegurem uma atuação transparente, com papeis muito bem definidos e normas inteiramente claras. Há que se procurar saber, porém, como fazer para que todos os públicos conheçam esse esforço e, por sua vez, mudem de comportamento diante dos bons resultados observados. Afinal, nos vários campos da vida fora das corporações, os atos nobres são enaltecidos, independentemente de haver falhas anteriores a eles. Tomemos como exemplo um mau estudante que, ao passar a se dedicar aos estudos e sair-se bem nas provas, consegue aprovação, embora suas notas anteriores contribuam para que a média geral caia um pouco. Não seria justo reprová-lo quando seus esforços foram suficientes para o alcance de bons resultados. Ou seja, nenhum julgamento deve ser definitivo, porque tudo na vida é dinâmico. As coisas evoluem, e mudanças para melhor precisam ser reconhecidas, até como incentivo para que sempre se busque o aprimoramento.

30 VEÍCULO VERSÁTIL

GiroBus: projeto itinerante

leva cultura, educação e saúde para as pessoas

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Ônibus adaptado da Viação Paraty leva ações sociais a locais atendidos por suas linhas

Viação Paraty, empresa de Araraquara, no interior de São Paulo, colocou em circulação, em março passado, um novo tipo de ônibus, que percorre as cidades atendidas por suas linhas levando cultura, educação, saúde e bem-estar. A iniciativa faz parte do projeto Girobus, cujo pré-lançamento aconteceu dia 27 de março, durante a corrida de rua Atalanta Run, promovida pela Viação Paraty juntamente com outras empresas de Araraquara. “A nossa proposta é oferecer às comunidades a nossa própria agenda de ações, que incluem aulas de alfabetização e empreendedorismo com instituições parceiras, assim como a promoção de eventos específicos, em datas comemorativas, como a Páscoa, Dia das Mães, Dia de Fazer a Di-

ferença e Natal, entre outros”, explica a diretora de Comunicação da Viação Paraty, Luciana Herszkowicz. O veículo, um Mercedes-Benz OF 1418, Caio Apache Vip, foi totalmente remodelado. As poltronas, balaústres e demais componentes do interior do ônibus foram retirados. Na parte externa, foi instalado um toldo. Também foram adquiridos mesas, cadeiras, pufes e objetos de decoração, utilizados de acordo com a atividade realizada. O layout do veículo foi criado pela designer Patrícia Corbi, que utilizou ilustrações representando as ações propostas pelo projeto e que dão a ideia de movimento. São pessoas ouvindo música, dançando, estudando, pintando, interagindo com a cidade. Apesar da pintura dos ônibus da empresa ser na cor verde, o Girobus adotou a laranja, que, segun-

do a simbologia das cores, estimula a criatividade e reflete animação, entusiasmo, dinamismo, alegria, sociabilidade e movimento. Ou seja: é uma cor vibrante e cheia de energia. APROXIMAÇÃO COM A COMUNIDADE

De acordo com a diretora de Comunicação, o nome GiroBus é uma alusão ao verbo “girar”, que significa “dar voltas ou giros, andar de um lado para outro, circular”. O GiroBus, portanto, é aquele que percorre, se movimenta, chega a qualquer ponto da cidade e atende toda a população, o que é exatamente o papel do ônibus na mobilidade urbana. “Além disso, a palavra ‘giro’, na língua portuguesa de Portugal, tem a conotação de bonito e curioso, o que se encaixa perfeitamente ao conceito do GiroBus”, ex-

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GiroBus é uma alusão ao verbo 'girar', que significa 'dar voltas ou giros, andar de um lado para outro, circular'. O GiroBus, portanto, é aquele que percorre, se movimenta, chega a qualquer ponto da cidade e atende toda a população” Luciana Herszkowicz, diretora de Comunicação da Viação Paraty

plica Luciana. “A expectativa em torno desse projeto é grande, pois é uma excelente oportunidade de aproximação com a comunidade, oferecendo atividades que agreguem valor. Queremos que a população sinta que não apenas disponibilizamos um meio de transporte, mas que fazemos parte da vida dela”, acrescenta. Para fortalecer a economia das localidades atendidas pelo projeto, Luciana explica que serão criadas parcerias com a iniciativa privada, permitindo, inclusive, que as empresas utilizem o GiroBus, caso haja disponibilidade, para a realização de ações próprias. “Um dos acordos já formalizado é com a rede de farmácias Drogaven, que possui 37 lojas nas cidades de Araraquara, São Carlos e Matão”, esclarece a diretora. Assim, uma vez por mês, o GiroBus e a Drogaven percorrerão algumas regiões para promover o Dia da Saúde, com orientações sobre o tema, aferição da pressão arterial e teste de glicemia, entre outras atividades.

32 VIRALIZOU

Bora de Riocard: perfil no Instagram ensina a ser turista sem gastar muito Influenciadora dá dicas de como conhecer a cidade do Rio utilizando o ônibus e o cartão Riocard Mais

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la possuía em mãos um celular, a vontade de desbravar pontos turísticos e inusitados da cidade do Rio de Janeiro e um cartão Riocard Mais, Bilhete Único. Glauber Rocha, cineasta brasileiro, um dos mais influentes do Cinema Novo, teria dito que ela levava “uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”. Estamos falando da estudante de publicidade e propaganda e estagiária de marketing, Joyce dos Santos Tavares, 26 anos, moradora do Brás de Pina, bairro da Zona Norte do Rio, que lançou, há cerca de um ano, o perfil @boraderiocard, no Instagram, onde compartilha lugares para passear pelo Rio de Janeiro utilizando o transporte público, em especial o ônibus, e pagando a passagem com o cartão Riocard Mais. “Eu queria fazer alguma coisa, mas não sabia em que nicho me encaixaria dentro do meu orçamento. Daí, ano passado, quando peguei esse celular, surgiu a ideia. Eu sempre amei conhecer lugares, sempre gostei do novo. Um dia eu estava no Pão de Açúcar e pensei: ‘vou fazer conteúdo para a acessibilidade das pessoas a lugares turísticos, usando o Riocard Mais’. Na mesma semana comecei a colocar a ideia em prática, pesquisando sobre vários lugares. O primeiro local que visitei e que gerou o primeiro conteúdo do perfil foi o Forte do Leme”, lembra Joyce.

Foto: Oseas Nunes

LAJE DOS PESCADORES

Em janeiro passado, um de seus vídeos, da visita à Laje dos Pescadores, em São Conrado, caiu no gosto dos internautas e viralizou. “Acho que o fato de ser uma novidade e um lugar que pouca gente conhece chamou a atenção das pessoas. Nas minhas pesquisas, eu descobri esse local assistindo a um vídeo no Youtube, de 1900 e bolinha. A conta do influencer que ensinava como chegar até lá já está até desativada, se não me engano. A Laje é um lugar muito bonito e pouco conhecido. Eu gravei to-

do o percurso até chegar lá”. Um tempo depois de Joyce postar vídeo da Laje, o número de visualizações, curtidas e comentários já estava muito acima do que o de costume. O post começou a ser compartilhado em outras redes sociais e jornais como o Diário do Rio, Extra e O Globo a procuraram para falar sobre sua iniciativa. Foi o suficiente para que a estagiária de marketing se tornasse conhecida e seus seguidores começassem a subir, chegando hoje a mais de 10 mil. Para produzir o conteúdo para o perfil, Joyce conta com a ajuda do namorado, Oseas Nunes, e do amigo Rafael Obama, que se alternam como acompanhantes nos passeios da influenciadora e fazem as vezes de videomaker e fotógrafo. Como trabalha e estuda, durante a semana ela apenas define seu próximo destino. Para visitar os lugares e fazer as gravações de vídeos e fotografias, Joyce escolheu os sábados. Domingo é dia de editar o material para postar. Já para definir o roteiro da viagem de sua casa até o local turístico,

Foto: Rafael Obama

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Museu Nacional do Rio

ESCADARIA DE SELARON

Desde que lançou o @boraderiocard, até o dia sete maio, quando a Revista Ônibus conversou com Joyce, seu perfil contava com 33 postagens. “O local que eu mais amo de todos é o mais clichê, que é a Escadaria de Selaron, em Santa Teresa. Me identifico muito com aquele lugar”. E como dizem que quem gosta repete, Joyce já visitou a Escadaria du-

as vezes para postagens no perfil, assim como o Pão de Açúcar. “Mas, procuro variar sempre e ir a lugares diferentes”, explica. Em sua lista de locais que ainda serão visitados estão a Ilha da Gigoia, na Barra da Tijuca, e o The Maze Rio, um centro cultural multifacetado, que fica dentro da comunidade Tavares Bastos, no Catete, mas que atualmente encontra-se fechado. As programações noturnas escolhidas pela influenciadora são sempre no campo gastronômico. “Inclusive o primeiro post meu que o Riocard Mais compartilhou, em janeiro, foi o de uma pizzaria com temática de jogos, em Irajá, e que agora também tem na Penha, a Players da Pizza”, conta. O processo é o mesmo dos passeios diurnos. Ela mostra a linha de ônibus que utiliza para chegar ao local, pagando a passagem com o Riocard Mais, e apresenta as principais características do lugar. Tudo através de vídeos e fotos. Foto: Rafael Obama

Joyce usa o Moovit, aplicativo de mobilidade urbana que ajuda o usuário do transporte público em seus itinerários, sugerindo o melhor meio de transporte e as melhores linhas para se chegar a um destino.

EMBAIXADORA DA RIOCARD MAIS

Questionada por que escolheu dar dicas de locais para visitar na capital carioca utilizando ônibus e pagando Escadaria de Selaron, em Santa Teresa: lugar que Joyce mais gosta e se identifica

com o Riocard Mais, Joyce explicou: “eu queria fazer algo diferente, mas precisava me encaixar dentro da minha realidade. Não tenho muitos recursos, não tenho carro, meu namorado também não tem, nosso meio de transporte é o ônibus. Mas, tenho um telefone e um bilhete único. Então, resolvi que era isso que ia fazer. Mostro tudo: o percurso, a linha de ônibus, eu passando o cartão na máquina e o local em si”. O @boraderiocard acabou rendendo uma parceria entre a influenciadora e a Riocard Mais. Agora, ela é embaixadora da marca. “Em janeiro, quando meu vídeo da Laje dos Pescadores viralizou, a Riocard Mais me mandou um kit com pulseira e chaveiro, que funcionam como cartão, entre outros brindes. Depois de alguns meses, a empresa me procurou e, em maio, assinamos um contrato. Esse é o meu primeiro trabalho oficial como influencer”, comemora Joyce. “Já comecei a postar conteúdos relacionados ao cartão, sobre o Clube Riocard Mais, sobre como faz recarga, como compra”. Sobre os planos para o futuro, Joyce afirma que quer continuar trabalhando como influenciadora, poder viver de suas postagens, gerar emprego e alcançar pessoas de diversas formas. Para isso, pretende aperfeiçoar seus conteúdos. “Estou procurando ferramentas, como uma câmera melhor, microfone sem fio, entre outras coisas. Quero visitar outros lugares também, dentro do estado do Rio, porque o Riocard pode ser usado no estado todo”, diz. Conteúdos em outros estados do Brasil também estão em seus planos, começando pela capital baiana. “Um dos meus sonhos é conhecer Salvador”, revela.

34 ESTAÇÃO DIGITAL

Fetranspor apoia projeto social que forma programadores Projeto Galileo oferece oportunidade de ingresso em mercado de trabalho bem remunerado a jovens de baixa renda

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Fetranspor vai apoiar, em 2022, o Projeto Galileo, que oferece bolsas para o curso de formação de programadores de computador a jovens estudantes de escolas públicas, com idade entre 16 e 23 anos, e provenientes de famílias de baixa renda. Iniciado em janeiro de 2021, o Projeto já beneficiou mais de 200 adolescentes. O Projeto Galileo nasceu em Teresópolis, cidade da região serrana do estado do Rio de Janeiro, e é administrado pela Tech4me, uma escola de tecnologia e inovação, com cursos de robótica e programação, voltada para a preparação dessa mão de obra para atuar no mercado tecnológico. A Tech4me é gerida

pelos sócios e fundadores de uma das maiores desenvolvedoras de software do Brasil, a Alterdata Software, Ladmir Carvalho e José Ronaldo da Costa. A empresa, sediada em Teresópolis, atua há 31 anos nesse segmento, conta com 1.800 colaboradores e cerca de 50 mil clientes ativos. Segundo Ladmir Carvalho, essa iniciativa tem como base três condições que propiciam sua realização. “A primeira é o fato de existir um grande mercado para programadores de computador, uma profissão importante, muito bem remunerada e de que o mundo inteiro precisa”, afirmou o executivo. A segunda é que “há uma classe carente, com crianças e adolescentes de famílias menos favorecidas, es-

tudando em colégio público, que, muitas das vezes, não têm oportunidade em boas profissões”. E a terceira é que “existe um grupo enorme de pessoas no Brasil e no exterior, com boas intenções e querendo ajudar, querendo contribuir com famílias para que elas tenham uma renda maior, quebrem o ciclo da pobreza, tenham uma outra estrutura. São pessoas que querem ajudar porque têm recursos financeiros, mas não sabem como”, explicou o executivo. E a proposta do Projeto Galileo é justamente conectar esses três elementos.

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PROCESSO DE SELEÇÃO NAS ESCOLAS E COMUNIDADES

O Projeto Galileo é divulgado tanto nas escolas públicas quanto nas comunidades, e os jovens interessados só são aprovados após processo de seleção rigoroso, para que sejam identificados aqueles que podem se desenvolver como programadores. Em seguida, eles passam a integrar um banco de apadrinhamento. Os padrinhos inscritos nesse banco são pessoas que contribuem com uma quantia mensal, durante os seis meses de formação do aluno escolhido para ser seu afilhado. Através de uma plataforma, os padrinhos têm acesso a informações sobre o desempenho de seus afilhados ao longo de todo o período do curso. Após a conclusão do treinamento, o Projeto Galileo busca indicar, para empresas apoiadoras e parceiras, esses novos programadores trainees para ocuparem uma possível vaga em suas equipes de profissionais. “Queremos fazer com que esses jovens entendam que podem estar no mercado mais bem pago do mundo, mesmo vindo de uma classe menos favorecida, e mudar a realidade de suas famílias”, esclareceu Ladmir.

A diretora executiva da Riocard Mais TI, Renata Faria, é uma entusiasta do Projeto Galileo e defendeu a importância dessa parceria com a Fetranspor. “Existe um problema conhecido mundialmente, que é o apagão de profissionais de tecnologia. Somente aqui no Brasil, até o final deste ano, serão 400.000 vagas em aberto. Antenado com esta questão e atento também à oportunidade de contribuir com um forte tema social, que é a qualificação e a inclusão de jovens no mercado de trabalho, o presidente do Conselho de Administração da Fetranspor, Marco Antonio Freitas, me apresentou o Projeto Galileo. Imediatamente me encantei com a possibilidade de viabilizar a inclusão real des-

ses jovens, promovendo uma diversidade de profissionais na Riocard Mais”. A Fetranspor irá apadrinhar alguns dos alunos do Projeto Galileo, que mais tarde poderão ocupar vagas disponibilizadas pela Riocard Mais. “Estamos apostando muito no Projeto e nos jovens que selecionamos. Foi emocionante assistir aos vídeos produzidos por eles próprios, se apresentando e mostrando vontade e determinação”, conta Renata. Para fazer como a Fetranspor e se tornar padrinho de um ou mais alunos do Projeto Galileo, basta enviar um e-mail falando do seu interesse para [email protected] .

36 COLUNA ÔNIBUS

ÔNIBUS LIVRES DE EMISSÕES DE CO2

Daimler Buses vai oferecer para todos os segmentos até 2030

AR-CONDICIONADO A ENERGIA SOLAR Innovaklim e Comil desenvolvem primeiro sistema de refrigeração eólico para ônibus do Brasil Em busca de novas soluções para reduzir os gastos operacionais dos clientes, Innovaklim e Comil uniram esforços para desenvolvimento do primeiro ônibus zero quilômetro com motorização a diesel e sistema de ar-condicionado com energia gerada por alternador independente e placas solares. O projeto possui, entre as principais vantagens, a redução no consumo de combustível, e, por consequência, a redução das emissões de carbono que giram em torno de 8 a 20%. O ar-condicionado Innovaklim, por sua vez, possui tecnologia 100% brasileira, que utiliza o gás refrigerante 410a, considerado um dos mais ecológicos do mundo, além de ser extremamente silencioso para os passageiros, e ofereecer facilidade de manutenção e rapidez na reposição, já que o equipamento é modular. Segundo a Innovaklim, foram necessários dois anos para o desenvolvimento do sistema. Nesse meio tempo, a empresa fez estudos para definir até o tipo de gás refrigerante, firmando seu compromisso com o meio ambiente.

O objetivo é atender, em um primeiro momento, os principais mercados da Europa e América Latina. Já para o ano de 2030, a meta é que os ônibus de todos os segmentos do grupo estejam à venda para os principais mercados europeus, também livres de emissões de CO 2. O ônibus urbano eCitaro Range Extender, da MercedesBenz, com células de combustível, deve chegar ao mercado a partir de 2023, e já no final desse ano, baterias de última geração, com alto desempenho, estarão disponíveis para os ônibus elétricos da marca, como o chassi de ônibus elétrico eO500U da MercedesBenz do Brasil, que já possui 100 encomendas programadas para o final de 2022 e início de 2023. Com uma estratégia alinhada aos negócios sustentáveis da marca, a Daimler Buses pretende contribuir de maneira significativa para moldar, com responsabilidade, o futuro do transporte urbano.

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SERVIÇOS DIGITAIS

o cliente para sua necessidade de atendimento. Com mais de 2.000 acessos em um ano, permite o acesso a informações sobre todo o portfólio de produtos e serviços. “Estamos melhorando a experiência dos nossos clientes com os nossos serviços e canais on-line. Além disso, as novas ferramentas ajudam na fidelização do cliente com a concessionária. Nossa empresa enxergou oportunidades dentro do universo digital, não só para manter a oferta de seus produtos e serviços, mas também para inovar no atendimento ao cliente, o que impacta diretamente em sua satisfação e produtividade”, comenta Antonio Cammarosano Filho, diretor de Serviços e Pós-Vendas da VW Caminhões e Ônibus.

Volkswagen Caminhões e Ônibus inova com agendamento digital A montadora segue com inovações tecnológicas, como é o caso do agendamento digital, que disponibiliza uma agenda 24 horas, para que o cliente marque horário para qualquer serviço em um só lugar, com a facilidade de escolher a concessionária que deseja, a data e o horário. Outra novidade é o Assistente Virtual, que conta agora com uma inteligência artificial no site da montadora, direcionando

G8 PREMIADO NA IF DESIGN 2022

Marcopolo ganha prêmio internacional na Alemanha Em 2021, os organizadores do concurso IF Design Award receberam mais de 10.000 propostas de 60 países. Na categoria automotiva, o Marcopolo Geração 8 foi escolhido por um júri independente de especialistas internacionais em design que definiu os projetos merecedores da premiação com base em cinco critérios: ideia, forma, funcionalidade, diferenciação e impacto. “Os novos ônibus Marcopolo Geração 8 da linha Paradiso atendem a um segmento premium do mercado de ônibus. O design externo limpo e moderno, como o perfil de vidro avançado ao redor da porta, permite uma fácil identificação na estrada. As características luzes DRL, integradas à luz de presença e ao indicador

junto ao farol, também se destacam como uma característica marcante desta nova geração”, indicou a IF Design como parte do seu veredicto. O prêmio será entregue em uma cerimônia especial a ser realizada em junho de 2022 na cidade de Valência (Espanha), que foi eleita a Capital Mundial do Design para este ano. Os vencedores poderão utilizar o selo tanto nos seus produtos como em todos os elementos de comunicação e gestão de imagem que a marca desejar, para divulgar o seu sucesso.

38 COLUNA ÔNIBUS

SENSOR DE FADIGA Ituran Brasil mostra solução completa na Brasmin Líder mundial em monitoramento veicular, a Ituran participou, entre os dias 24 e 26 de maio, da Brasmin – Feira da Indústria da Mineração. O destaque foi o sensor de fadiga da empresa, uma solução completa de monitoramento, que reúne câmera de fadiga de alta tecnologia e precisão, telemetria e redundância na mesma plataforma. “Com a solução da Ituran Fleet, o gestor pode ter todos esses recursos na mesma plataforma de monitoramento, sem precisar contratar diversos fornecedores. Além disso, é um equipamento de baixo custo e pode ser instalado em qualquer veículo”, diz Fabio Acorci, diretor Comercial Corporate da Ituran Brasil. A solução desenvolvida pela Ituran fornece alertas quando os condutores estão, por exemplo, distraídos, ao telefone,

cansados, entre outras situações. Com tecnologia israelense de alta precisão sem falso positivo, a solução permite tirar snapshots como alternativa à gravação de vídeos, o que reduz custos, e incluir relatórios Business Intelligence (BI), assim o gestor consegue manter a segurança dos colaboradores e prevenir acidentes, protegendo motoristas e maquinário.

CONECTIVIDADE PARA ÔNIBUS Volvo lança nova geração de sua plataforma Volvo Bus Connect Com um único login e a partir de um painel claro e direto, gestores de frotas podem monitorar desempenho, revisar a eficiência energética e de

combustível, além de planejar serviços e manutenção. “Ao colocar todos os serviços e informações em um único portal, facilitamos a disponibilidade, a produtividade e a segurança para nossos clientes”, diz Dan Pettersson, vice-presidente sênior da Volvo Buses. O Volvo Bus Connect inclui serviços fundamentais, como relatórios, condição do veículo em tempo real, perfil de condução, lista de serviços de oficina, além de oferecer a funcionalidade de gestão de zonas (Zone Management), em que o operador pode limitar a velocidade do veículo em regiões definidas. “Lançar o Volvo Bus Connect é um importante movimento estratégico em direção a interações e parcerias mais próximas e mais inteligentes”, assegura Anna Westerberg, presidente da Volvo Buses.

39 PONTO A PONTO

Simulador de tarifa permite saber valor da passagem a partir dos custos praticados

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Fetranspor disponibilizou em seu portal um simulador de tarifas (https://www.fetranspor. com.br/simulador-de-tarifas/), que permite aos clientes do transporte público por ônibus do estado do Rio de Janeiro e aos cidadãos em geral verificarem os custos tarifários e sua relação com o valor da tarifa mais praticada (ou modal) dos ônibus urbanos intermunicipais da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Através do simulador, é possível identificar facilmente as políticas públicas que podem contribuir para a redução dos valores das passagens. Sete questões, com duas ou três opções de respostas, são a base para fazer a simulação da tarifa. O internauta deve escolher, por exemplo, se a presença do cobrador é necessária, se devem ser utilizados ônibus com piso baixo, se deve haver desoneração total dos impostos estaduais para as empresas de ônibus e se é preciso dispor de ar-condicionado em toda a frota, em parte dela ou se não há necessidade de ônibus com ar. As gratuidades também estão na lista de questões para o usuário do simulador responder. Sobre a gratuidade do idoso, ele deve optar entre o fornecimento ou não de subsídio do governo para seu pagamento. No caso dos estudantes e das pessoas especiais, há três opções de respostas: com pagamento de 100%, sem o pagamento ou com o pagamento parcial das gratuidades pelo poder público. A tarifa simulada é o resultado da escolha entre cada uma das opções disponíveis.

TARIFA MODAL

Numa simulação utilizando a tarifa modal mais praticada, cujo valor atual, de R$ 4,45, está desatualizado (o valor correto deveria ser de R$ 5,28, de acordo com o custo real do sistema e com as fórmulas de reajuste dos contratos de permissão), pode-se chegar a uma tarifa simulada de R$ 3,88, por exemplo. Para isso, basta escolher as opções de resposta: sem cobrador, sem piso baixo, ar-condicionado em 67,66% da frota, sem impostos estaduais, com subsídio para gratuidade de idosos e com pagamento de 100% das gratuidades de estudantes e pessoas especiais. Um vídeo de um minuto e meio, publicado na página do simulador, explica o passo a passo para fazer essa operação, tendo como base a tarifa modal, de R$ 4,45. A página também traz um arquivo para download com o detalhamento dos custos do sistema de transporte. Atualizados em dezembro de 2021, os custos variáveis, fixos e de impostos estão expostos de forma transparente, mostrando os

valores de cada componente envolvido, em R$/km. O documento mostra que esses custos não são cobertos pelas tarifas atuais e que a defasagem tarifária, em março de 2022, já era de 18,27%. São considerados custos variáveis, que alteram conforme a quantidade de quilômetros percorridos pela frota: combustível, lubrificante, Arla 2, peças e pneus. Já os fixos, que não sofrem variação em relação à quilometragem, são: depreciação, remuneração, pessoal, despesas administrativas, pedágios e acostamentos em rodoviárias. De acordo com o documento que detalha os custos do setor, a tarifa do sistema intermunicipal de transporte por ônibus no estado do Rio de Janeiro, definida pelo Departamento de Transportes Rodoviários do Rio de Janeiro (Detro-RJ), deve ser reajustada a cada 12 meses. “A metodologia de cálculo é clara, utilizada pela maior parte dos municípios brasileiros e baseada nos custos reais da operação”, afirma o texto do documento.

40 PONTO A PONTO

Rodoviários de Niterói são treinados para enfrentar casos de assédio

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Coordenadoria de Políticas e Direitos das Mulheres (Codim), em parceria com a equipe de Educação para o Trânsito da NitTrans (Niterói Transporte e Trânsito) e as empresas de ônibus da cidade, está promovendo a capacitação de motoristas de ônibus, fiscais, despachantes, controladores e inspetores, através do chamado Treinamento Lilás, para enfrentamento do assédio nos transportes públicos. O objetivo é conscientizar e educar profissionais de diferentes segmentos, que atuam no atendimento direto à população, quanto ao acolhimento de mulheres em situação de violência, bem como apresentar aos participantes a rede de enfrentamento à violência contra a mulher na cidade e os órgãos parceiros para possível encaminhamento da vítima. “A parceria com as empresas de ônibus na realização da capacitação através do Treinamento Lilás se deu por intermédio do setor de Educação da NIitTrans. Anteriormente, a Codim já havia realizado o mesmo treinamento com os agentes de trânsito, com o objetivo de capacitar aqueles funcionários públicos que trabalham em contato direto com a população. A iniciativa, que antes visava capacitar o público interno da Prefeitura, ganhou outra proporção quando as empresas de ônibus e outros parceiros do setor privado foram surgindo. Assim, respondemos a essa demanda de forma muito positiva, pois visualizamos a oportunidade de ampliar ainda mais a capacitação sobre os mecanismos de proteção à mulher

Foto: Berg Silva

A iniciativa, que antes visava capacitar o público interno da Prefeitura, ganhou outra proporção quando as empresas de ônibus e outros parceiros do setor privado foram surgindo. Assim, respondemos a essa demanda de forma muito positiva”

Yasmin Pimenta, diretora de Projetos da Codim

no nosso município”, explica Yasmin Pimenta, diretora de Projetos da Codim. CONSÓRCIO TRANSOCEÂNICO

Rodoviários das empresas Viação Pendotiba, Santo Antônio, Expresso Miramar e Viação Fortaleza, que integram o Consórcio TransOceânico, participaram das primeiras turmas do treinamento, em março. Até a segunda semana de maio, mais de 100 motoristas, além dos outros profissionais da operação dessas empre-

sas de transporte coletivo já estavam capacitados. “Gostaríamos de atingir todas as empresas de ônibus que circulam no nosso município”, afirma Yasmin, esclarecendo que, para atingir esse objetivo e estender o curso aos demais motoristas, fiscais, inspetores e controladores de Niterói, a Coordenadoria depende de pedido das transportadoras. Segundo a diretora, incluir esses rodoviários no Treinamento Lilás é “importante para a construção da sociedade que desejamos”. Yas-

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Defendemos que principalmente os motoristas devem estar treinados para ajudar e indicar quais são os caminhos que as mulheres que se sentirem agredidas devem buscar e como eles devem agir para evitar ou lidar com casos de assédio dentro dos ônibus”

Marcio Barbosa, presidente do Setrerj

min lembrou que a violência contra a mulher é um tema com bastante evidência, especialmente no mês de março, devido ao Dia Internacional da Mulher (8), e quando acontecem casos de feminicídio ou de assédio. A diretora alerta que, na verdade, os casos de violência contra a mulher são em número bem maior do que os registrados e do que aqueles que viram notícia na televisão e nos jornais. “Por isso, precisamos de todos engajados no enfrentamento a esse tipo de violência, para que as mulheres saibam que não estão sozinhas e para que sejam encaminhadas à nossa Rede Municipal de Proteção à Mulher”, afirma. O presidente do Setrerj (Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro), Marcio Barbosa, destacou a relevância da parceria entre a Codim e

as empresas de ônibus. “A gente reconhece a importância do setor de transporte coletivo no combate a esse tipo de violação. Defendemos que principalmente os motoristas devem estar treinados para ajudar e indicar quais são os caminhos que as mulheres que se sentirem agredidas devem buscar e como eles devem agir para evitar ou lidar com casos de assédio dentro dos ônibus. Esse treinamento deve abranger o maior número de profissionais do nosso setor”, afirma. O presidente do Consórcio Transoceânico, Sérgio Dias Costa, afirma que o consórcio tem buscado trabalhar em conjunto com os órgãos municipais em todas as suas áreas de atuação, em especial aquelas relacionadas à melhoria da qualidade de vida de seus colaboradores e clientes. “Uma de nossas mais valiosas parceiras é a Codim, que nos propor-

ciona a oportunidade de trazer para o nosso público interno, e desse para todos os nossos clientes, as políticas públicas de valorização das mulheres e de preservação de seus direitos, bem como sua divulgação e aplicação”, afirma. As empresas que integram o Transoceânico foram as primeiras a participarem do Treinamento Lilás. Motoristas e outros profissionais que atuam junto ao cliente foram capacitados. “Nessas palestras da Codim foi ampliado o conhecimento das leis que asseguram os direitos das mulheres e foram mostrados os serviços disponibilizados pelo poder público, seja através da Codim ou de outras áreas da prefeitura, que trazem acolhimento e atendimento às pessoas que estiverem em condições de vulnerabilidade”, disse o presidente do Consórcio. “Para o nosso público, foi importante a discussão das causas das desigualdades vivenciadas até hoje, qual é a melhor forma de não aceitação desta situação e, quando necessário, seu encaminhamento para solução em âmbito competente. No caso específico do transporte coletivo de passageiros, foi bastante enfatizada a oportunidade de prestarmos um serviço à sociedade, ficando atentos às ocorrências nos ônibus e, com o conhecimento obtido, assumir uma posição de destaque na contenção das mesmas, auxiliando no direcionamento correto das pessoas para serem atendidas e terem seus direitos garantidos. Os participantes ficaram extremamente satisfeitos com o debate e se mostraram sensíveis ao tema”, acrescentou Sérgio Dias.

42 PONTO A PONTO

LEIS MUNICIPAIS E ESTADUAL CRIAM PROGRAMAS DE COMBATE E PREVENÇÃO AO ASSÉDIO NOS ÔNIBUS Niterói foi o primeiro município do Rio de Janeiro a estabelecer um programa de prevenção ao assédio nos transportes coletivos por lei municipal. Desde 2017, a cidade conta com a Lei 3.321, que instituiu “campanha permanente contra o assédio se­xual no transporte público, para o combate aos atos de assédio sexual como forma de violência contra as mulheres nos veículos do sistema municipal de transporte público coletivo de passageiros, consistente em ações afirmativas, educativas e preventivas ao assédio sexual e violência contra a mulher, sofridos no interior destes veículos”. Em janeiro de 2018, o estado do Rio de Janeiro aprovou a Lei 7.856, que criou o Programa de Prevenção ao Assédio nos Transportes Coletivos Públicos e Privados, que também prevê ações afirmativas, educativas e preventivas ao assédio sexual e violência contra a mulher sofridos no interior do transporte público. De acordo com a lei, as empresas de ônibus do estado do Rio passariam a promover palestras sobre o assunto e deveriam colocar, no interior dos veículos, estações e terminais, “cartazes que incentivam a denúncia, bem como informar, de maneira clara, como a vítima deve proceder para dar an-

sos de assédio nos ônibus; coibir o assédio dentro dos veículos, e criar campanhas educativas para estimular denúncias de casos de assédio por parte das vítimas, bem como conscientizar motoristas, cobradores e a população em geral sobre a importância do tema. ENCAMINHAMENTO DE DENÚNCIAS

damento à denúncia e facilitar a identificação do agressor”. CAMPANHA DE 2018

Na ocasião, cerca de 700 ônibus de Niterói circularam com cartazes que coibiam o assédio e incentivavam as denúncias. A campanha teve o apoio do Setrerj, que ajudou também a cumprir outro artigo da Lei, sobre o uso das câmeras de videomonitoramento e do sistema GPS dos ônibus para identificação dos assediadores e do exato momento do abuso sexual. Em março deste ano, a cidade do Rio de Janeiro lançou seu Programa de Combate ao Assédio Sexual no Transporte Coletivo, por intermédio da Lei 7.269/22, publicada pela Prefeitura, no Diário Oficial de 21 de março de 2022. A lei tem como objetivos: chamar a atenção para o alto número de ca-

As empresas de ônibus da cidade deverão criar uma ouvidoria para receber denúncias de assédio sexual e encaminhá-las à autoridade policial competente, além de capacitar motoristas e cobradores para intervir nos casos de assédio sexual às mulheres e encaminhar as denúncias. Além da Lei, foi publicado no Diário Oficial o ofício 39/22, onde o prefeito Eduardo Paes destaca que a proposta para o programa prevê que os dados do GPS e das câmeras de monitoramento dos veículos sejam usados para identificar o agressor em tempo real. Segundo a Lei, é considerado caso de assédio sexual “todo comportamento indesejado de caráter sexual, sob forma verbal, não verbal ou física, com o objetivo de perturbar ou constranger a pessoa, afetar sua dignidade ou de lhe criar um ambiente intimidativo, hostil, degradante, humilhante ou desestabilizador”.

43 TERMINAL

VIAÇÃO TERESÓPOLIS FIRMA PARCERIA COM PLATAFORMA DE DESCONTO DO GRUPO JCA A Viação Teresópolis, que opera linhas na região serrana e atende também Niterói, Rio das Ostras, Nova Iguaçu e Barra da Tijuca, agora é parceira da startup Outlet de Passagens, do Grupo JCA, que oferece viagens rodoviárias com até 70% de desconto. O objetivo é oferecer novas opções no setor de turismo, com pacotes de viagens que podem incluir passagens, hospedagens e passeios por preços promocionais. Com a parceria, a operadora também passa a oferecer descontos maiores, seguindo o conceito de tarifa opaca da Outlet de Passagens. Lançada em 2019, a startup recebeu um aporte inicial de R$ 1,2 milhão, direcionado para a implementação de tecnologias que proporcionam aos clientes a seleção dos melhores preços, por meio de um site. A operação iniciou com a comercialização de passagens de ônibus

APLICATIVO ACESSÍVEL E ATENDIMENTO VIA WHATSAPP: NOVIDADES EM VOLTA REDONDA A prefeitura de Volta Redonda lançou, em maio, o aplicativo Cittamobi Acessibilidade, cujo objetivo é promover a inclusão da pessoa com deficiência no transporte público municipal. Através do app, o usuário poderá saber horário e itinerário dos ônibus, em tempo real, através de um assistente de voz. E os deficientes visuais têm vários itens para acessar, como pontos próximos, obstáculos, radar e consulta às linhas de ônibus. Além do novo aplicativo, as empresas de ônibus da cidade, o Sindicato das Empresas de Transporte (Sindpass) e a Secretaria Municipal

das empresas do Grupo JCA — viações Cometa, 1001, Catarinense, Rápido Ribeirão e Expresso do Sul. Em três anos, a Outlet gerou uma economia de mais de R$ 10 milhões aos clientes, e hoje possui mais de 200 mil pessoas cadastradas, que recebem promoções exclusivas.

de Transporte e Mobilidade Urbana (SMTU) criaram um canal de atendimento, via WhatsApp (24 99295-8558), para os usuários de ônibus acompanharem os horários das linhas e fazerem sugestões, elogios e reclamações. O objetivo é responder em até 72 horas. Para facilitar o acesso ao atendimento, cartazes nos pontos e dentro dos coletivos disponibilizarão QR Codes. Bastará apontar a câmera do celular para o código e o usuário será levado diretamente ao bate-papo do WhatsApp. Publicações nas redes sociais da Prefeitura e dos órgãos envolvidos também levarão o passageiro ao canal de comunicação.

44 TERMINAL

SEST SENAT TERÁ NOVA UNIDADE, EM SÃO JOÃO DE MERITI O Sest Senat lançou, no dia 20 de maio, a Pedra Fundamental da construção de sua 10ª unidade no estado do Rio de Janeiro, que ficará localizada na Baixada Fluminense, em São João de Meriti, na Avenida Automóvel Clube, 1065. A cerimônia de lançamento contou com a presença do prefeito e do vice-prefeito da cidade, João Ferreira Neto e Valdecy da Saúde, respectivamente, e dos presidentes do Conselho Regional do Sest Senat do Rio de Janeiro, Eduardo Rebuzzi; do TransÔnibus (Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Nova Iguaçu), Valmir Fernandes do Amaral; da Anttur (Associação Nacional dos Transportadores de Turismo e Fretamento), Martinho Ferreira de Moura; do Sindicato das Empresas do Transporte Rodoviário de Cargas e Logística do Rio

de Janeiro (Sindicarga), Silvio Ferreira de Carvalho Junior; da Federação Interestadual dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários (FITTR), Antônio de Freitas Tristão, além dos gestores das outras nove unidades operacionais do Sest Senat no Rio de Janeiro (Barra Mansa, Campos de Goytacazes, Duque de Caxias, Deodoro, Nova Friburgo, Paciência, Resende, São Gonçalo e Três Rios) e de representantes de empresas do transporte de passageiros e de cargas. Representou a Fetranspor a gerente de Comunicação Institucional, Verônica Abdalla. A nova unidade ampliará a prestação de serviços nas áreas de educação, saúde, bem-estar e lazer para os rodoviários do estado do Rio. As obras já foram iniciadas e a previsão é que a unidade seja inaugurada em junho de 2023.

45

EMPRESA CASCATINHA APRESENTA PROPOSTA DE RENOVAÇÃO DA FROTA EM PETRÓPOLIS

CAMPANHA DO GRUPO JAL ALERTA MOTORISTAS SOBRE PONTOS CEGOS DO ÔNIBUS O Grupo JAL promoveu, nas redes sociais da Transportes Flores, a campanha #seliganopontocego!, que alerta sobre os chamados pontos cegos, áreas que o motorista não consegue enxergar pelo retrovisor, motivo pelo qual deve ficar sempre atento, tomando cuidado para evitar acidentes. Pedestres, motocicletas, bicicletas e até mesmo automóveis podem estar “escondidos” em um dos quatro pontos cegos do motorista de ônibus. O profissional que está alerta com relação a eles está mais preparado para atuar no trânsito. A campanha #seliganopontocego! explica, através de vídeos e cards, no Instagram e Facebook da Flores, quais são esses pontos. Veja abaixo: • Da porta da frente até a porta traseira do ônibus, na parte de baixo; • Do outro lado da janela do motorista; • Logo atrás do ônibus; • E na frente, na parte de baixo, perto dos retrovisores.

A empresa de ônibus Cascatinha, de Petrópolis, apresentou, em maio, à Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans), proposta de renovação de sua frota. O objetivo é chegar ao fim deste ano com, pelo menos, 45% da frota renovada, gerando mais qualidade ao serviço de transporte público do Município. A retomada da aquisição de novos veículos nos próximos meses tem investimento estimado, no mínimo, em R$ 2,3 milhões. O processo de renovação da frota da operadora começou meses antes do surgimento da pandemia de Covid-19, quando foram adquiridos oito veículos zero quilômetro, com as mais modernas tecnologias do mercado. O investimento foi de aproximadamente R$ 4 milhões. Após período de interrupção da renovação da frota, devido à crise econômica e financeira que atingiu as empresas do País e se agravou com a pandemia, a Cascatinha voltou ao processo de renovação, com a aquisição de dois ônibus, no valor de cerca de R$ 1 milhão. No início deste ano, o projeto foi novamente interrompido, devido às duas catástrofes naturais que atingiram a garagem da empresa, resultando em mais perdas. O plano de reestruturação prevê novas oportunidades de trabalho para motoristas, mecânicos e eletricistas. Os interessados podem enviar o currículo para o e-mail [email protected]

46 TERMINAL – LEGISLAÇÃO

COMISSÃO DA CÂMARA APROVA GRATUIDADE PARA JOVENS DE BAIXA RENDA EM ÔNIBUS INTERESTADUAL URBANO A Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 1.376/19, do Senado, que prevê o direito de jovens de baixa renda a vagas gratuitas no transporte coletivo interestadual de caráter urbano. Atualmente, jovens de 15 a 29 anos com renda de até dois salários mínimos podem viajar de graça em ônibus que façam rotas interestaduais. São asseguradas duas vagas gratuitas e duas vagas com desconto de 50%. Esse direito foi regulamentado em 2016, pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A gratuidade e o desconto são válidos apenas para ônibus convencionais e em viagens entre estados diferentes. O Projeto de Lei determina que os jovens de baixa renda sejam contemplados também no caso de cidades vizinhas de duas unidades da Federação diferentes — o chamado transporte interestadual urbano. A proposta, que tramita em caráter conclusivo, será analisada ainda pelas comissões de Viação e Transportes; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

ÔNIBUS MUNICIPAIS DO RIO DESTINARÃO ASSENTOS PREFERENCIAIS PARA LACTANTES Lei assinada, dia 4 de maio, pelo prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, determina que as lactantes passam a ter direito aos assentos preferenciais nos ônibus municipais. Agora, as mães em período de amamentação passam a

PROJETO DE LEI PERMITE DESEMBARQUE DE ÔNIBUS FORA DO PONTO À NOITE Está em tramitação, na Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei 3.258/19, que visa assegurar às mulheres, idosos e deficientes, o direito ao desembarque de ônibus fora do ponto no período noturno, entre 22h e 5h do dia seguinte. O texto já foi aprovado pelo Senado e a intenção é diminuir a exposição deste público a situações de violência ou risco iminente. Ao estabelecer que Distrito Federal, estados e municípios possam adotar medidas para melhorar a segurança dos usuários do transporte coletivo, o PL altera a Política Nacional de Mobilidade Urbana. Segundo a deputada Rosana Valle, o principal foco do PL são as mulheres, maiores vítimas de violência durante o deslocamento entre casa e trabalho. O PL agora será analisado, na Câmara, pelas comissões de Defesa dos Direitos da Mulher; de Viação e Transportes; de Desenvolvimento Urbano; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

ter o mesmo direito de idosos, grávidas e pessoas com deficiência. As empresas de ônibus deverão inserir, nas placas indicativas de assento preferencial, o laço dourado, que representa a importância do aleitamento humano, acompanhado de uma descrição sobre este símbolo. A nova lei (nº 7.341) entrará em vigor no prazo de 90 dias após sua publicação.

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